De Teresina (PI)
No comando de uma caravana de mais de 20 ministros de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, em Teresina, o Plano Brasil Sem Fome. Lula escolheu, outra vez, o Piauí para servir de ponta de lança da agenda de combate à fome e à insegurança alimentar. Em 2022, o estado elegeu o petista com mais de 77% dos votos do eleitorado – a maior votação proporcional do País.
Em 2003, no primeiro mandato de presidente, pela mesma razão eleitoral, ele lançou o programa Fome Zero, embrião do Bolsa Família e de todas as demais ações de distribuição de renda dos governos petistas, na cidade de Guaribas, há 653 quilômetros de Teresina.
“A fome não é vista pelos outros, ela não dói para fora, dói para dentro. Todo mundo sabe o sofrimento se uma mãe colocar uma criança para dormir com fome e ela acorda e não tem um pão e um copo de leite para tomar”, discursou Lula.
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O programa é de responsabilidade do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, ex-governador do Piauí, e prevê mais 23 outros ministérios envolvidos na ação. Também haverá uma participação específica do Sistema Único de Saúde e a produção de um mapa da fome.
Ao menos 33 milhões passaram fome no país em 2022, segundo o Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil. O levantamento atualizado ficará a cargo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ministro Wellington Dias fez uma apresentação sobre o plano e informou que o objetivo fundamental da ação será, justamente, tirar o Brasil do Mapa da Fome, de novo. Vamos fazer o Plano Brasil Sem Fome. “Nossa estratégia será de olhar a realidade de cada brasileiro”, explicou.
O evento ocorreu no palco do Theresina (assim mesmo, com “th”) Hall, a maior casa de shows da capital piauiense. Centenas de cadeiras foram reservadas para os convidados, do lado de fora do lugar, com telões para transmissão do evento, mas quem pôde correu para dentro do espaço refrigerado onde Lula falou para fugir do sol escaldante e do calor de quase 40 graus.
As autoridades ficaram enfileiradas no palco, lado a lado, em cadeiras organizadas pelo cerimonial. A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, foi uma das mais festejadas. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também estavam lá.
Lula chegou ao lado da primeira dama, Janja da Silva, e do governador do Piauí, Rafael Fonteles, com 45 minutos de atraso, sob aplausos. O Hino Nacional foi executado por um trio de forró: triângulo, sanfona e zabumba.