O presidente Lula (PT) fez críticas contundentes à falta de educação e de debate político no Brasil, associando esses fatores à eleição de candidatos que disseminam mentiras e ofensas. As declarações foram feitas durante a abertura da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, evento realizado no Museu Nacional da República, em Brasília, nesta terça-feira (5).
Lula destacou a importância da educação de qualidade como base para um desenvolvimento social mais equilibrado. Segundo o presidente, a ausência de uma formação política adequada levou ao fortalecimento de posturas negacionistas na política brasileira.
“Se a gente tivesse educação de qualidade, com formação do ser humano corretamente, não via nascer neste país o negacionismo que vimos nascer nos últimos tempos na politica brasileira. Impressionante resultado, inclusive para prefeitos agora, [vi] projeção de candidato que não dizia ‘lé com cré’, a não ser ofender, falar bobagem, contar mentir”, completou.
Lula também reforçou a necessidade de promover discussões políticas em todos os espaços da sociedade, como universidades, escolas e fábricas. Para o presidente, a política é essencial para o funcionamento da democracia, comparando-a ao “ar que a gente respira”.
Essas palavras surgem em um contexto de debate sobre possíveis cortes de gastos em diversas áreas, incluindo a educação, no governo federal. O presidente fez essas declarações em um momento em que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta críticas internas sobre o desempenho nas eleições municipais.
O PT teve um desempenho abaixo do esperado, ficando em 9º lugar no número de prefeitos eleitos. A legenda conseguiu eleger prefeitos em apenas uma capital, Fortaleza, e em menos de 300 prefeituras no Brasil, embora tenha mostrado alguma melhora em relação ao desempenho de 2020.
Em contrapartida, o Partido Liberal (PL), liderado por Jair Bolsonaro, obteve bons resultados, com a reeleição de JHC em Maceió, Tião Bocalom em Rio Branco, Abílio Brunini em Cuiabá e Emília Corrêa em Aracaju, todas capitais. Esses resultados fortaleceram a oposição ao governo Lula e alimentaram uma série de críticas dentro do próprio PT.
Dentro do partido, as críticas não se limitaram às eleições. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, trocaram farpas públicas sobre o desempenho do partido nas urnas. Ele fez observações sobre a “zona de rebaixamento” do PT, enquanto ela respondeu, afirmando que o partido pagou o preço por estar em um governo de “ampla coalizão”, com desafios diante da ofensiva da extrema direita.
Hoffmann também mencionou que as críticas públicas ao partido, como as de Padilha, não ajudam a melhorar a correlação de forças políticas no Brasil, chamando-as de desnecessárias em um momento de unidade nacional.
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