Na manhã desta sexta-feira (18), o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), coordenador dos grupos técnicos do governo de transição, disse que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicará um civil para o posto de ministro da Defesa.
“O presidente já disse isso publicamente. O ministro da Defesa será um civil, foi no governo dele e será”, disse Mercadante, em uma entrevista coletiva na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde atua a equipe de transição.
Mercadante disse que o grupo de trabalho para tratar da questão militar na transição deverá ser anunciado no começo da próxima semana e que todos serão positivamente surpreendidos “pela representatividade e pela estatura das pessoas que vão participar.”
“Ele está chegando, vamos fechar o grupo, acho que vocês vão ter uma bela surpresa, acho que está muito bem construído o grupo”, declarou.
Criado em 1999, o Ministério da Defesa foi chefiado por civis nos governos de FHC, Lula e Dilma. Por outro lado, foi comandado por militares nos governos Temer e Bolsonaro.
Na quinta-feira (17), o ex-ministro havia reconhecido a existência de um “problema institucional” relacionado com as Forças Armadas.
Em certo momento, havia cogitado fazer um único grupo de trabalho para Defesa e Inteligência. Porém, a avaliação diz que serão duas equipes separadas. São os únicos que ainda não tiveram definição sobre os seus coordenadores e outros integrantes.
Segundo o jornalista Matheus Teixeira, da Folha de S.Paulo, a escolha do ministro da Defesa é um dos principais desafios de Lula em seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto.
Os militares tiveram uma maior ênfase no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), e parte deles se associou fortemente ao mandatário. Por sua vez, agora, Lula deverá atuar para reduzir a tensão na relação com os militares.
No Diário Oficial da União divulgado nesta sexta, foram nomeados novos nomes para a transição do governo. Na equipe de Planejamento e Orçamento, foi indicado Marcio Pochmann (PT), o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
Porém, a publicação também ratifica a formação completa do grupo e, dessa vez, não consta o nome do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega (PDT).
O ex-ministro enviou uma carta ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e coordenador da transição em que renunciou à equipe. Mantega apontou, como uma das razões para o seu afastamento, a intenção de seus adversários em “tumultuar” e “criar dificuldades para o novo governo”.
Ainda foram nomeados para a transição o deputado federal eleito Jilmar Tatto (PT) para o grupo de Cidades e o deputado federal Patrus Ananias (PT) para Combate à Fome.