Nesta quarta-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir questões econômicas urgentes.
O encontro ocorre em meio a política monetária “terrorista” adotada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que que tem como objetivo provocar a desvalorização, estimular a inflação e forçar uma nova alta dos juros para sabotar o governo de Lula. O dólar atingiu os maiores valores dos últimos dois anos e meio e há a necessidade de cortes de gastos para manter o equilíbrio fiscal.
O valor do dólar subiu a R$ 5,66 nesta terça-feira (2) devido à falta de ação do Banco Central, o que levou a moeda norte-americana às alturas em meio às especulações do mercado financeiro sobre um suposto risco fiscal.
Tema da reunião
A reunião, já anunciada por Haddad, abordará principalmente o “tema fiscal”, segundo informações oficiais do governo. Este encontro é crucial, considerando o atual contexto econômico e as expectativas do mercado por medidas claras para conter despesas e garantir a estabilidade financeira do país.
O orçamento deste ano prevê um déficit zero, o que significa que as despesas e receitas devem se equilibrar. Caso contrário, um déficit fiscal poderia gerar incertezas no sistema financeiro e no setor produtivo, afetando a confiança dos investidores e a capacidade do governo de controlar a inflação.
Ainda sem horário definido, o encontro será seguido por outra reunião às 16h, no Palácio do Planalto, com a Junta de Execução Orçamentária (JEO).
No Congresso Nacional, o clima também é de preocupação. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) alertou nesta terça-feira (2) que os parlamentares do Congresso Nacional precisam se articular para denunciar a política monetária adotada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“Querem desestabilizar o governo. Não vão conseguir. Os números vão se impor. Chamo a atenção deste Parlamento: que haja uma reação. Há uma política de sabotagem. Campos Neto trabalha para o governo dar errado. É uma ação orquestrada estimulada pelo presidente do Banco Central”, afirmou o petista em discurso na Câmara.
“Há claramente uma postura de sabotagem contra o Brasil, um ataque especulativo ao real. Ele tem que intervir no mercado de câmbio. Querem comprar uma crise”.
Alta no dólar
Na segunda-feira (1), Haddad reconheceu que o dólar ultrapassou R$ 5,65 e atribuiu essa alta a “muitos ruídos” de comunicação. Ele enfatizou a necessidade de melhorar a comunicação sobre os resultados positivos da economia, destacando que a arrecadação de junho superou as expectativas da Receita Federal.
“Atribuo a muitos ruídos [a alta no dólar]. Já falei disso no conselho, Conselhão [Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável]. Precisamos comunicar melhor os resultados econômicos que estamos alcançando”, disse Haddad.
Lula, por sua vez, afirmou que existe “um jogo de interesses especulativos contra o real nesse país”.
“Obviamente me preocupa essa subida do dólar, é uma especulação. Há um jogo especulativo contra o real no país. Tenho conversado com as pessoas [sobre] o que vamos fazer, estou voltando quarta [3/7] e temos uma reunião. Não é normal”, disse o mandatário na terça-feira (2), em entrevista à Rádio Sociedade na Bahia.
O mandatário também criticou a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central: “Minha visão sobre o Banco Central não é teórica. É de um presidente que já foi presidente e teve um Banco Central sob meu domínio por oito anos, com total autonomia. Alguém pode dizer que Meirelles não teve autonomia? Ele ficou oito anos no meu mandato. Fernando Henrique Cardoso trocou três presidentes do Banco Central, e é normal. O que é anormal é o Lula trocar ou querer indicar alguém”.
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