Após deixar de explorar as denúncias de corrupção contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro debate eleitoral, realizado no domingo (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece ter percebido que errou na estratégia.
Nesta quarta-feira (31), em entrevista à rádio Clube, de Belém, ele decidiu falar abertamente sobre as investigações envolvendo o chefe do Executivo e membros de sua família.
“Um presidente que sequer investigou o (Fabrício) Queiroz, que sequer investigou a investigação de seus filhos, que sequer investigou as denúncias contra (o ex-ministro Eduardo) Pazuello. Nós temos um presidente que não apenas coloca a sujeira embaixo do tapete como transforma em sigilo de 100 anos tudo e qualquer denúncia contra ele”, afirmou o petista.
Para integrantes da campanha de Lula, ele não reagiu bem durante o debate ao ser questionado sobre corrupção na Petrobras por Bolsonaro, seu principal adversário na corrida eleitoral. Em vez de se defender das acusações, ele apenas citou as medidas de combate à corrupção feitas em seu governo.
Na entrevista de hoje, o ex-presidente também fez críticas mais fortes à operação Lava Jato. Ele afirmou ter sido vítima da “maior calúnia da história do Brasil, possivelmente muito maior da que levou Getúlio Vargas à morte”.
Lula aproveitou para detonar o ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro e o ex-chefe da força-tarefa Deltan Dallagnol. “A única justiça federal que me condenou foi a do Moro, a pedido do Dallagnol, porque havia interesse político de não permitir que eu fosse candidato em 2018. A impressa brasileira deveria reconhecer que foi enganada durante 5 anos por um juiz mentiroso e por um procurador que criou uma quadrilha de procuradores”, disse.
Veja como foi a entrevista: