Em reunião com presidentes e representantes dos países da América do Sul nesta terça (30), Lula propôs 10 temas para discussão. Entre as medidas propostas pelo petista estão a ampliação da integração dos países da região em questões energéticas, acordos comerciais e na mobilidade de estudantes e pesquisadores.
O presidente também reafirmou seu desejo de criar uma moeda local para o comércio na América do Sul, substituindo o dólar. Os assuntos levantados por Lula são iniciativas sugeridas e podem ser discutidas ao longo dos próximos dias pelos mandatários.
Veja a lista das 10 propostas do presidente para as discussões:
- Moeda comum: Lula defende a criação de uma moeda que tenha “referência comum para o comércio” e reduza a dependência de conversões “extrarregionais”. A ideia seria que houvesse mecanismos de compensação mais eficientes;
- Economia: mobilizar bancos de desenvolvimento, como o CAF, o Fonplata, o Banco do Sul e o BNDES para colocar a poupança regional a serviço do desenvolvimento dos países da América do Sul;
- Regulação: implementar iniciativas de convergência regulatória para facilitar trâmites e desburocratizar importação e exportação entre as nações;
- Atualização da cooperação: ampliação de mecanismos de cooperação em áreas como serviços, investimentos, comércio eletrônico e política de concorrência;
- Infraestrutura: atualizar projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN), reforçar a multimodalidade e priorizar os de alto impacto para a integração física e digital;
- Meio ambiente: desenvolver ações coordenadas contra a mudança do clima;
- Saúde: reativar o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde para ampliar a cobertura vacinal, fortalecer o complexo industrial de saúde e expandir o atendimento a populações carentes e povos indígenas;
- Energia: constituir um mercado sul-americano de energia para assegurar suprimento, eficiência, estabilidade, preços justos e sustentabilidade;
- Educação: criar programa de mobilidade regional para intercambio de estudantes, pesquisadores e professores no ensino superior;
- Defesa: retomar cooperação na área para gerar maior capacidade de formação e treinamento, com intercâmbio de experiências e conhecimentos na indústria militar, de doutrina e políticas de defesa.
O encontro ocorreu no Palácio do Itamaraty e contou com os presidentes Alberto Fernández, da Argentina; Luís Arce, da Bolívia; Gabriel Boric, do Chile; Gustavo Petro, da Colômbia; Guillermo Lasso, do Equador; Irfaan Ali, da Guiana; Mário Abdo Benítez, do Paraguai; Chan Santokhi, do Suriname; Luís Lacalle Pou, do Uruguai; e Nicolás Maduro, da Venezuela.