O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta trazer para seu entorno políticos de centro e centro-direita, entre eles, figuras históricas do PSDB. Fernando Henrique Cardoso, Aloysio Nunes e outros estão na mira do petista, lembra a Folha de S.Paulo.
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Lula e o PSDB
Mais do que representar uma nova Carta ao Povo Brasileiro, a possível composição com o ex-tucano Geraldo Alckmin é a face mais visível da convicção de Lula, dizem, de que tão importante quanto a vitória é garantir um arco de apoio político suficiente para governar.
Na sexta (21), Lula encontrou-se com o ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira, figura emblemática para o PT por ter sido vice de Aécio Neves (PSDB) na eleição de 2014 e por ter integrado, depois, as fileiras da articulação política que resultou no golpe Dilma Rousseff, em 2016, em um impeachment sem crime de responsabilidade.
Foi a segunda vez que eles se reuniram em pouco mais de de dois meses. De acordo com o tucano, Lula listou o que, na sua opinião, são retrocessos produzidos pelo governo Bolsonaro e defendeu a colaboração suprapartidária, à exceção da extrema-direita, para superação desses desafios.
“Ele disse o seguinte: ‘Se eu for candidato, e se eu for eleito, preciso de um mutirão para governar'”, afirmou Aloysio. Ainda segundo ele, Lula não falou em alianças eleitorais e sim na reconstrução de um espírito colaborativo. No encontro, ocorrido a convite de Lula, os dois lembraram momentos em que PT e PSDB se uniram em torno de uma agenda convergente, como na política de transferência de renda, no Código Florestal e no Marco Civil da Internet.
Depois de uma hora e meia de conversa, o ex-senador manifestou-se a favor da chapa Lula-Alckmin para a corrida presidencial. De acordo com o tucano e também com petistas, Lula tem dito que, se voltar ao poder, terá pela frente a administração de um país em condições mais desafiadoras do que recebida de Fernando Henrique Cardoso em 2003.