O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs na última quinta-feira (1º) a retomada de negociações com os Estados Unidos, após o governo americano ter se recusado a reconhecer sua reeleição para um terceiro mandato.
Em sua conta na rede social X, antigo Twitter, Maduro afirmou: “Sempre dialoguei. Se o governo dos Estados Unidos estiver disposto a respeitar a soberania da Venezuela e a cessar as ameaças, podemos retomar as conversas.”
Maduro, entretanto, estabeleceu como condição para essas negociações o cumprimento do memorando de entendimento firmado em setembro do ano passado, durante conversas diretas entre Caracas e Washington, realizadas no Catar.
Vale destacar que essas negociações ocorreram paralelamente ao diálogo entre o governo venezuelano e a oposição em Barbados, que discutiu um plano para as eleições presidenciais.
Siempre he dialogado, si el gobierno de los EE. UU. está dispuesto a respetar la soberanía y dejar de amenazar a #Venezuela podemos retomar el #Diálogo pero con base en un punto único: "Cumplimiento de Qatar". Esta es el acta de aquella negociación. pic.twitter.com/VatCK7fD8b
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) August 1, 2024
Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que Edmundo González venceu as eleições na Venezuela, conforme comunicado divulgado também nesta quinta-feira (1º).
Blinken afirmou que a reeleição de Nicolás Maduro não reflete a vontade do povo venezuelano e criticou o conselho eleitoral por não ter divulgado dados detalhados ou folhas de contagem de votos, apesar dos repetidos apelos dos venezuelanos e da comunidade internacional.
Na madrugada do último domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou Maduro como reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos, enquanto seu principal oponente obteve 44%. No entanto, a oposição alega ter cópias de mais de 80% das atas de urna, que mostrariam que González Urrutia recebeu 67% dos votos.
Maduro também compartilhou uma cópia do memorando de entendimento assinado no Catar, que estipula que “após a realização das eleições presidenciais e a posse do presidente devidamente eleito, os Estados Unidos desbloquearão os ativos do governo venezuelano atualmente congelados” e “suspenderão todas as sanções”.
A Casa Branca, no entanto, já havia indicado disposição para reavaliar as sanções impostas à Venezuela, incluindo embargos ao petróleo, gás e ouro do país, caso fossem realizadas “eleições livres”.