Mãe de Cazuza proíbe músicas do filho em atos golpistas. Quando os herdeiros da Legião Urbana farão o mesmo?

Atualizado em 10 de maio de 2020 às 9:52
Protesto a favor de Bolsonaro

A mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, finalmente resolveu proibir a veiculação da música “Brasil”, parceria dele com George Israel e Nilo Romero, em protestos fascistas.

Todo caminhão de som coloca os versos “Brasil, mostra a tua cara/Quero ver quem paga/Pra gente ficar assim” no último volume — e não é de hoje.

Essa desgraça embala a malta desde 2013.

Lucinha Araújo considera inaceitável ver a canção usada junto a gritos de ordem e cartazes que pedem o fim da democracia, relata Ancelmo Gois no Globo.

Ela se baseou no artigo 29 da Lei de Direitos do Autor (9610/1998), que proíbe a execução de qualquer obra ou interpretação do artista em qualquer evento ou manifestação dessa natureza.

“Seguimos as orientações da OMS, que recomenda que a população fique em casa, em isolamento. Pensando no bem de todos, sendo solidários e trabalhando para diminuição do sofrimento e privação dos mais vulneráveis”, diz ela.

Nos EUA, Trump foi proibido de tocar canções dos Rolling Stones, Neil Young, Aerosmith, Bruce Springsteen e REM, entre outros.

Michael Stipe mandou os seguidores de Donald se foderem num entrevista.

Por aqui, a insuportável “Que País É Esse?” continua embalando essas micaretas fascistas há anos.

Serviu de hino para Sergio Moro, entoada pelo cabeça oca Dinho Ouro Preto num show em Curitiba.

O que falta para os herdeiros da Legião Urbana fazerem alguma coisa?

O que falta para saírem dessa letargia? Ou eles estão gostando?