O presidente do CFM é cúmplice do genocídio perpetrado por Bolsonaro e precisa pagar por isso

Atualizado em 9 de outubro de 2021 às 13:52
Mauro Ribeiro, presidente do CFM, e seu médico Jair Bolsonaro

Nunca a expressão máfia de branco foi tão atual. O médico brasileiro é, sobretudo, um canalha. Se não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte.

A entrevista do presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, ao Estadão é caso de prisão.  investigado pela CPI da Covid, ele disse que estudos científicos internacionais adotados como parâmetro pela OMS não são suficientes para que a entidade deixe de recomentar cloroquina contra a cofvid-19.

Ribeiro, bolsonarista doente, é relator de um parecer de abril de 2020 liberando o uso de remédios ineficazes no combate à pandemia. Tudo fica na mão da “autonomia médica”.

“Não podemos pegar trabalhos científicos e tomar decisões apenas em cima disso”, afirma. É isso que você leu. As decisões, aparentemente, são tomadas pelo presidente da República, um delinquente negacionista que samba sobre 600 mortos.

O CFM é um grupo unido que nunca foi incomodado porque a categoria tem um status sobre-humano. São como xamãs ou feiticeiros de tribo. Os otários somos nós.

O corporativismo é dos mais tenebrosos. Matéria do mesmo jornal contava que, entre 2006 e 2009, “68% das 28 cassações questionadas no Conselho Federal de Medicina (CFM) foram abrandadas para penas que permitiram que os profissionais continuassem a clinicar. Na maior parte dos casos a decisão foi suspendê-los por 30 dias, de acordo com dados do órgão levantados a pedido do Estado. Houve dois casos em que a cassação – que só pode ocorrer se o CFM referendar – foi revertida para absolvição”.

Mais: “Somente no Estado de São Paulo, que concentra cerca de um terço dos médicos do Brasil, balanço do Conselho Regional de Medicina indica que, de 450 punições de diferentes tipos (cassação, suspensão e advertência) ocorridas de 2006 a 2009, 52% foram reformadas em Brasília. De 31 cassações, só duas reverteram em recolhimento da carteira do médico. Outras 15 foram reformadas, 12 tramitam no CFM para avaliação e 2 foram suspensas por ordens da Justiça, o que independe do conselho federal.”

Os doze ex-funcionário da Prevent Senior que denunciaram o massacre que ocorria na empresa são heróis. É terrível saber que só eles se levantaram num universo de 5000 profissionais. Os demais seguem em silêncio na fábrica de cadáveres.

Num vídeo, Mauro Luiz de Britto Ribeiro conta candidamente que, como Bolsonaro atendeu reivindicações da categoria, ele liberou o governo para desinformar sobre o tratamento da covid e, portanto, levar as pessoas a óbito. Faz o relato com a arrogância e a tranqulidade de um carrasco que acaba de decapitar sua vítima com destreza exemplar.

Ribeiro é cúmplice de um genocídio. Por contraste, ele e sua turma tornaram gigantes os cubanos que vieram ao Brasil salvar vidas de pobres e foram xingados por biltres como a doutora Mayra Pinheiro. Convido você a assistir os documentários que o DCM fez sobre o programa Mais Médicos, dirigidos por Alice Riff, para lembrar que nem todo sujeito de jaleco branco é um açougueiro.

https://www.youtube.com/watch?v=IHRcDJzpqL0&feature=emb_title