Máfia no futebol: líder do grupo admite manipulação e lucro de até R$ 700 mil em rodada

Atualizado em 15 de maio de 2023 às 12:04
Bruno Lopez de Moura, suspeito de participação em esquema de manipulação de resultados na Série B — Foto: Reprodução

Informações divulgadas no último domingo (14), após o início das investigações realizadas na Operação Penalidade Máxima, mostram que a quadrilha de apostadores chegou a obter lucro de R$ 700 mil em uma rodada, sem especificar de qual campeonato. Com informações da Folha de S.Paulo.

Um trecho do depoimento de Bruno foi exibido no qual ele afirmou que gastou cerca de R$ 400 mil entre as apostas e o aliciamento de jogadores. O rapaz chegou a ser preso e reconheceu as manipulações de resultados.

“Nós temos elementos aqui que, em apenas uma rodada, o lucro que os apostadores tiveram foi de R$ 700 mil”, disse Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Edifício do Ministério Público de Goías. (Foto: Reprodução)

A Operação Penalidade Máxima, encabeçada pelo MP de Goiás, investiga a manipulação de resultados no futebol brasileiro. Robôs para fazer centenas de apostas por hora e contas em sites de apostas utilizando nomes de “laranjas”, são algumas das estratégias utilizadas pelo grupo que foram reveladas no decorrer das investigações.

Bruno Lopez de Moura foi descrito pelo MP como sendo o chefe da organização criminosa.

De acordo com as investigações, o esquema era dividido em quatro núcleos: apostadores, financiadores, intermediadores e administrativo.

Os “apostadores”, eram responsáveis por contatar e aliciar jogadores para participação no esquema, além de serem encarregados de fazer os pagamentos aos jogadores e promover apostas nos sites esportivos.

Já os “financiadores” eram os responsáveis por assegurar a existência de verbas para o pagamento dos jogadores aliciados e também nas apostas manipuladas.

No caso dos “intermediadores”, estes eram os responsáveis por indicar contatos e facilitar a aproximação entre apostadores e atletas aptos a promoverem a manipulação dos eventos esportivos, ou seja, eram os principais responsáveis por comprar o resultado dos jogos.

Por fim, o núcleo “administrativo” do grupo era o responsável por fazer as transferências financeiras a integrantes da organização criminosa e também em benefício de jogadores cooptados.

Ainda segundo as investigações, quando um jogador não cumpria o que havia combinado com a quadrilha, o grupo entrava em desespero pois esperavam por um lucro milionário, mas acabavam com prejuízo.

Um dos integrantes do grupo ainda não identificado aparece aparece até mesmo com uma arma anunciando qual seria sua atitude caso um jogador não fizesse o combinado, exibiu uma troca de mensagens descoberta pelo MP. As investigações seguem em curso.

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