Nesta terça-feira (22), o russo Alexei Navalny, principal opositor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi condenado a mais 13 anos de prisão por fraude em larga escala e desacato. Navalny já cumpre sentença de dois anos e meio em um campo de prisioneiros ao leste de Moscou, por violações de condicional relacionadas a antigas acusações de fraude que ele alega terem sido fabricadas para frustrar suas ambições políticas.
Dessa vez, os investigadores acusaram Navalny de ter desviado mais de US$ 4,7 milhões de dólares em doações que foram dadas a seus grupos políticos para si mesmo. Ele negou as acusações.
“Navalny cometeu fraude – roubo de propriedade por um grupo organizado”, disse a juíza Margarita Kotova, acrescentando que cometeu um crime ao insultar publicamente o tribunal, segundo a Agence France-Presse. O tribunal russo pediu que a sentença fosse estendida por mais 13 anos e que o russo pagasse o equivalente a mais de R$ 50 mil.
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Navalny perseguido por Putin
Navalny, é o crítico mais conhecido do presidente russo. Ele sobreviveu a uma tentativa de envenenamento em 2020 que a Rússia negou ter realizado. O opositor de Putin foi preso no ano passado. Ocorreu quando voltou à Rússia depois de passar um longo tempo internado na Alemanha após um ataque com Novichok, um veneno da era soviética também conhecido como “agente nervoso”, durante uma visita à Sibéria em 2020.
Navalny responsabiliza o presidente russo Vladimir Putin pelo envenenamento, que ainda não foi investigado em seu país, já que as autoridades afirmam que não há provas e que a Alemanha não compartilhou as análises médicas.
O russo foi incluído em uma lista oficial de “terroristas e extremistas”, como parte da campanha de repressão contra vozes dissidentes que também afetou seus principais colaboradores, que partiram para o exílio.