Faz, até certo ponto. Um estudo publicado no final de abril mostra que as emissões de dióxido de carbono da era industrial levaram a um imenso crescimento de árvores e outras plantas.
Se as folhas que nasceram a mais nos últimos trinta anos fossem colocadas uma ao lado da outra, por exemplo, cobririam mais do que duas vezes o território dos Estados Unidos. Ou, o crescimento extra é o equivalente a quatro bilhões de sequóias gigantes, as maiores árvores da Terra.
Aqueles que duvidam da existência da mudança do clima disseram que o CO2 extra na verdade ajuda o planeta. Os autores do estudo, no entanto, mostram que este efeito de fertilização diminui com o tempo e mais: os efeitos negativos também pesam mais que os positivos.
“Isto não deveria ser visto como um sinal de alerta, e não como desculpa para não conter as emissões de carbono”, disse Tristan Quaife, expecialistas em monitoração por satélite da Universidade de Reading, na Inglaterra, e não envolvido com o estudo. “O trabalho é prova do enorme impacto que a humanidade está provocando no mundo natural”.
Segundo um co-autor do trabalho, Ranga Myneni, da Universidade de Boston, o mesmo excesso traz também aquecimento global, elevação do nível do mar, derretimento de geleiras, acidificação e tempestades tropicais mais severas. Myneni teve a seu lado 32 autores de 24 instituições em oito países, e os resultados foram publicados na Nature Climate Change.
Sabe-se que a aceleração da fotossíntese é uma importante consequência de concentrações mais altas de CO2, assim como o uso mais eficiente da água. Com mais carbono, as plantas não perdem tanta água através das folhas, e assim são menos impactadas por condições mais secas.
O que não se sabe é como estes processos irão funcionar no futuro, em condições que ainda não foram experimentadas.
Como a disponibilidade de nutrientes limita a resposta das plantas ao aumento de CO2? Como isto interage com o tempo e o clima? Como espécies diferentes respondem, e como isto afeta a interação entre elas? Além disso, o resultado destas interações varia de um lugar para o outro, e no tempo.
O Esverdeamento da Terra e Seus Impulsionadores é um estudo baseado em instrumentos existentes em satélites dos EUA nos últimos 33 anos. Os sensores mostraram o esverdeamento de algo entre 25% e 50% da área vegetada do planeta, o que por sua vez está desacelerando o ritmo da mudança do clima – uma vez que plantas tiram CO2 da atmosfera. Apenas 4% desta área perdeu vegetação.
Cientistas afirmam que diversos fatores levam ao crescimento das plantas, incluindo a mudança do clima (8%), mais nitrogênio no ambiente (9%) e mudanças no uso da terra (4%). Mas o principal fator é que as plantas estão usando o CO2 extra produzido pelos homens para fertilizar seu crescimento.