A maioria dos estudantes das universidades federais do Brasil não conseguem ter uma renda mensal que chegue a um salário mínimo. É o que mostra a 5ª Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das Instituições Federais de Ensino Superior, divulgada nesta semana.
Segundo o levantamento, 70,2% dos universitários tem renda mensal familiar per capita de até um salário mínimo, sendo a renda média de R$ 640. Os estudantes com renda superior a 5 salários mínimos per capita são apenas 4,6%.
Ainda de acordo com a pesquisa, 64,7% estudou o ensino médio integralmente, ou na maior parte do tempo, em escolas públicas.
A entrada de estudantes nas universidades por meio das cotas (renda; preto, parto e indígena; e pessoa com deficiência) cresceu desde a implementação da política, em 2005. De 2016 a 2018, o índice segue entre 48% e 49%.
O percentual de negros aumentou, alcançando a maioria absoluta do universo pesquisado: 51,2%. O levantamento mostra ainda que há um crescimento contínuo no ingresso de mulheres no ensino superior das universidades federais. Em 2018, o índice de mulheres matriculadas era de 54,6%.
A pesquisa é realizada desde 1996 pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Estudantis (Fonaprace), vinculado à Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Os dados foram coletados em 63 universidades e 2 Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet), nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, de fevereiro a junho de 2018, num total de 424.128 questionários validados, o que corresponde a 35,34% dos 1,2 milhão de estudantes.