A tensão em Gaza atingiu um ponto crítico neste sábado (14) quando o prazo para a evacuação da Cidade de Gaza e do norte da Faixa de Gaza, estipulado por Israel, chegou ao fim. Após a extensão do prazo e bombardeios subsequentes, o temor de uma incursão por terra por parte de Israel intensificou-se, gerando preocupações sobre as consequências humanitárias devastadoras devido à densidade demográfica do território.
A crise desencadeou um deslocamento em massa sem precedentes, com aproximadamente um milhão de moradores de Gaza forçados a deixar suas casas na última semana, segundo a agência da ONU para refugiados palestinos. A falta de abrigos e bunkers, combinada com o fechamento da única saída terrestre para os cidadãos palestinos pela fronteira sul com o Egito, agravou a situação humanitária.
Enquanto isso, os esforços diplomáticos para encontrar uma solução humanitária estão em andamento, com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em contato direto com Israel na tentativa de mitigar o potencial impacto catastrófico do conflito. No entanto, na sexta-feira (13), o embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, disse que a comunidade internacional que deve agradecer o governo israelense por alertar sobre a evacuação.
Na quinta-feira (12), o major Roni Kaplan, porta-voz dos reservistas das Forças de Defesa de Israel, confirmou, durante uma entrevista, que o governo sionista preparava cerca de 35 batalhões na fronteira com Gaza, prontos para a ação caso haja aval israelense.
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Os esforços de negociação entre Israel, Egito, intermediado pelos Estados Unidos para abrir a fronteira, se intensificaram, com um acordo provisório alcançado para permitir a saída de cidadãos estrangeiros de Gaza, incluindo o grupo de brasileiros presentes na região. No entanto, a saída de palestinos sem uma segunda nacionalidade permanece incerto.
No entanto, o Dily News, do Egito, informou que o país africano se recusou a permitir a passagem de qualquer cidadão de alguma nação sem um acordo. A medida, segundo o jornal, requer garantias de após cruzar as fronteiras, esses refugiados não fiquem por lá, pois devem seguir para seus países legais.
#Egypt refuses to evacuate any foreign nationals from #Gaza except after an agreement that ensures humanitarian aid can go to the strip#GazaUnderaAttack #IsraelTerrorists pic.twitter.com/jkOXl7tpbj
— Daily News Egypt (@DailyNewsEgypt) October 14, 2023
Após adiamentos e novos bombardeios, o grupo de brasileiros finalmente conseguiu embarcar em um ônibus fretado pela Embaixada do Brasil e alcançar o sul de Gaza, onde aguardam para cruzar a fronteira em direção ao Egito. Apesar das tentativas de coordenação, o tempo é crucial, com uma janela de poucas horas estabelecida para a abertura da fronteira entre meio-dia e 17h no horário local, de acordo com fontes de Washington e relatos da CNN Internacional.
Enquanto as partes interessadas buscam soluções para aliviar a crise humanitária, a incerteza persiste sobre a abertura efetiva da fronteira de Gaza e Rafah e sobre o impacto iminente na segurança e no bem-estar dos civis afetados. A situação continua a evoluir, com esforços internacionais concentrados para mitigar os efeitos catastróficos e garantir a segurança dos deslocados durante este período crítico em Gaza.