Mais uma de Dallagnol. Por Moisés Mendes

Atualizado em 8 de agosto de 2019 às 18:57

Publicado no blog do Moisés Mendes

O procurador da República Deltan Dallagnol, encarregado da operação Lava Jato no Ministério Público Federal, em Curitiba, no dia 26 de janeiro de 2017 – AFP

POR MOISÉS MENDES

Deltan Dallagnol era uma usina de delitos, que ninguém conseguia parar, nem o corregedor-geral do Ministério Público Federal, Hindemburgo Chateaubriand Filho.

A Folha mostra hoje que em 2017 o corregedor alertava Dallagnol para, entre outras barbaridades, a transformação da Lava-Jato em espetáculo e a cobrança de cachês suspeitos, mas nada fazia.

Chateaubriand era mais conselheiro e amigo do procurador do que corregedor.

O caso que eles discutem é exemplar. Uma palestra-show em que a doação do cachê seria para a APAE de Curitiba.

A pessoa envolvida na história, como procuradora da APAE nacional, é a advogada Rosangela Moro, mulher de Sergio Moro. Na palestra, Dallagnol fez referências elogiosas à esposa do juiz.

Tudo girava em torno de dinheiro. O procurador tentava esconder do Ministério Público para quem fazia palestras pagas.

O corregedor era um homem constrangido, mas imobilizado pelo poder de Dallagnol e seus esquemas.

Aparecem outros procuradores envergonhados com a volúpia de Dallagnol. Mas o que fizeram para tentar pará-lo?