Publicado no blog do Moisés Mendes
POR MOISÉS MENDES
Deltan Dallagnol era uma usina de delitos, que ninguém conseguia parar, nem o corregedor-geral do Ministério Público Federal, Hindemburgo Chateaubriand Filho.
A Folha mostra hoje que em 2017 o corregedor alertava Dallagnol para, entre outras barbaridades, a transformação da Lava-Jato em espetáculo e a cobrança de cachês suspeitos, mas nada fazia.
Chateaubriand era mais conselheiro e amigo do procurador do que corregedor.
O caso que eles discutem é exemplar. Uma palestra-show em que a doação do cachê seria para a APAE de Curitiba.
A pessoa envolvida na história, como procuradora da APAE nacional, é a advogada Rosangela Moro, mulher de Sergio Moro. Na palestra, Dallagnol fez referências elogiosas à esposa do juiz.
Tudo girava em torno de dinheiro. O procurador tentava esconder do Ministério Público para quem fazia palestras pagas.
O corregedor era um homem constrangido, mas imobilizado pelo poder de Dallagnol e seus esquemas.
Aparecem outros procuradores envergonhados com a volúpia de Dallagnol. Mas o que fizeram para tentar pará-lo?