O deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) gerou racha na bancada evangélica e irritou o pastor Silas Malafaia ao promover oração para o presidente Lula nesta terça (15). Silas Câmara (Republicanos-AM), líder da Frente Parlamentar Evangélica (FPA), responsável pela ação, tentou minimizar a responsabilidade do colega. A informação é da coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles.
“Não é um gesto, é uma agenda em que a lei sancionada tem a ver com o nosso segmento. O deputado Otoni de Paula, a meu pedido. Essa foi uma proposição trabalhada por todos. É justo que, na sanção, estivéssemos representados. A sanção é presidencial, mais a luta foi nossa no Congresso Nacional”, afirmou.
A oração ocorreu durante evento no Palácio do Planalto em que Lula sancionou lei que cria o “Dia Nacional da Música Gospel”. Otoni fez diversos elogios ao petista evento, agradeceu pela criação da Lei de Liberdade Religiosa no seu primeiro governo e o chamou de “meu presidente”.
Silas Câmara seria o representante dos evangélicos no evento, mas estava se recuperando de uma cirurgia e enviou o deputado em seu lugar.
Malafaia se revoltou com a ação e afirmou que a sanção da nova lei não condiz com outras medidas do governo, citando a atuação da gestão petista em outras áreas. “Derrubou várias portarias que dificultavam o aborto e tirou o Brasil da aliança das nações contra o aborto”, afirma o pastor, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
O religioso ainda afirmou que Otoni “quer jogar dos dois lados” e está “queimado” entre bolsonaristas. “Que bancada evangélica vai se aproximar de Lula? Alguns podem se aproximar, mas a massa não vai”, avalia Malafaia.
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