Malária, pneumonia e desnutrição: Fantástico mostra tragédia Yanomami permitida por Bolsonaro

Atualizado em 30 de janeiro de 2023 às 9:29
Criança Yanomami — Foto: Paulo Zero

No último fim de semana, os repórteres do Fantástico, da TV Globo, Sônia Bridi e Paulo Zero, estiveram no território Yanomami, em Roraima, e mostraram de perto a tragédia permitida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Junior Hekurari, e o novo secretário da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), Weibe Tapeba, acompanharam a reportagem. A visita foi para organizar o programa de socorro.

“A gente vivia, a gente tinha a vida, a gente tinha trabalho, pescava. A gente não tem hoje. Não tem, porque o povo Yanomami está doente. Então, a situação é muito grave”, relatou Junior Hekurari.

A reportagem destaca que situação mais grave está na parte Norte, onde estão a maior concentração de garimpo no Território Yanomami, e os pelotões especiais de fronteira do Exército. A partir de 2017, o garimpo avançou por dezenas de quilômetros na região do Homoxi.

Vale destacar que, naquele ano, os garimpeiros tomaram a pista da Sesai, expulsaram a equipe de saúde e usaram o posto como depósito de combustível. Em 2022, policiais federais estiveram lá e destruíram máquinas do garimpo. Em represália, os garimpeiros botaram fogo no posto de saúde.

Segundo o Fantástico, no ano passado, foram registrados 22 mil casos de malária em uma população de 30 mil Yanomamis. Os números mostram que o aumento dos casos de malária acompanha o do garimpo. Em dezembro do último ano, a área atingida pelo garimpo chegava a 5 mil hectares, ou seja, um aumento de mais de 300% em relação ao final de 2018.

“Durante esses quatro anos, piorou muito as situações graves. Chegou malária, desnutrição do povo Yanomami. Desde que que eu levei o primeiro Fantástico, né? E, desde então, o pessoal não recebeu nenhuma ajuda”, relembra o líder indígena Junior Hekurari.

O presidente Lula (PT) também esteve, no último fim de semana, em Boa Vista, capital de Roraima. Ele classificou a situação dos Yanomami como desumana: “O que vi, me abalou”, disse. “A gente não pode entender como um país que tem as condições que tem o Brasil deixar os indígenas abandonados como eles estão aqui”.

A crise sanitária matou 570 crianças Yanomami de 2019 a 2022, durante a gestão do ex-presidente, 29% a mais que nos quatro anos anteriores.

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