Marçal usa “lógica das redes” e Boulos deve devolver “na mesma moeda”, diz Janones

Atualizado em 31 de agosto de 2024 às 6:10
Pablo Marçal e André Janones. Reprodução

O deputado federal André Janones (Avante-MG) afirma que acredita que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) já assegurou uma vaga no segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo — ou até mesmo poderá vencer já no primeiro turno, em 6 de outubro.

O parlamentar, que ganhou destaque como um dos estrategistas da campanha digital de Lula nas eleições de 2022 e é um fenômeno nas redes sociais, considera que Guilherme Boulos (PSOL), a quem apoia, tem chances de vencer o influenciador digital, mas está adotando a estratégia errada para enfrentar o adversário.

“Com quem quer dialogar propostas, você dialoga propostas. Com quem vem com agressividade para cima de você, você vai com agressividade também. Essa não é a lógica de uma campanha, mas é a lógica das redes sociais”, declara o deputado à coluna.

“Para cada meme, para cada ato de agressividade, para cada ação, você devolve na mesma moeda. Essa é a lógica que eu gostaria que fosse? Não. Mas é o que a gente tem para hoje”, acrescenta.

Janones menciona que a campanha de Boulos não o procurou para pedir conselhos sobre como enfrentar Marçal, mas reafirma sua disposição, já manifestada em publicações recentes, de se engajar na disputa contra o ex-coach.

Boulos recebe conselhos de Janones sobre como fazer o enfrentamento digltal de Marçal. Foto

“Acho que é uma obrigação do campo progressista impedir a vitória eleitoral do Marçal”, diz. “Na escola em que ele estuda, eu dou aula. Há muito tempo.”

O deputado refuta a ideia de que o influenciador possa já ter alcançado o limite de popularidade após seu avanço em relação aos outros candidatos.

Uma pesquisa Datafolha divulgada no dia 22 deste mês revelou que Marçal subiu sete pontos em duas semanas, empatando na liderança com Boulos (PSOL), que oscilou de 22% para 23%, e com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que caiu de 23% para 19%.

Janones afirma que não ficou surpreso com o crescimento de Marçal nas pesquisas. “Ele fala com 70 milhões de brasileiros por dia [por meio de suas redes sociais]. A chance de ele transformar essas pessoas em eleitores era muito grande”, comenta.

“É como se ele fosse dono do que era uma emissora de TV nos anos 1990, nos anos 2000. Ele pode falar qualquer coisa. A audiência é muito grande. É como se ele fosse dono da Rede Globo nos anos 1990. Para mim, o Marçal não tem teto”, conclui.