“Marcha dos Prefeitos” gera lucros às prostitutas de Brasília: “Hora de faturar”

Atualizado em 26 de maio de 2024 às 7:48
Políticos aproveitam noitada em Brasília. Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após um evento no Distrito Federal, prefeitos e suas comitivas concluíram as agendas oficiais em uma boate de prostituição a cerca de 800 metros da Esplanada dos Ministérios. Na madrugada da última quarta-feira (22), ao menos 50 garotas de programa se esforçavam para chamar a atenção dos políticos. Com informações da coluna Na Mira, do Metrópoles.

Os chefes de dezenas de municípios de todo o país chegaram ao Distrito Federal para participar da 25ª Marcha dos Prefeitos, um evento de três dias. Como é de costume, após os compromissos oficiais, as noites são marcadas por festas regadas a álcool e sexo, negociados a preços altos com as prostitutas.

Durante os shows de striptease, assessores gritavam “vai prefeito” e encorajavam o chefe da comitiva a abraçar e beijar as garotas.

Um dos prefeitos, visivelmente animado e suado, estava desinibido após consumir várias doses de vodca com energético, que custava R$ 55 a lata.

Do lado de fora da boate, carros com placas pretas do “poder executivo municipal” indicavam a presença dos prefeitos. No interior, os políticos e assessores ocupavam mesas rodeadas por cadeiras de veludo vermelho, ostentando combos de bebidas, atraindo as garotas de programa “mais caras” da casa.

Um prefeito, sentado estrategicamente próximo ao palco, se entusiasmava a cada show sensual anunciado pelos microfones. As garotas, energéticas e contorcendo-se nas barras de pole dance, se despiram e dançaram sensualmente para os clientes. Uma cerveja longneck custava R$ 40 e uma garrafa de uísque de oito anos chegava a R$ 1,2 mil.

Prefeitos e suas comitivas em boate em Brasília. Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Exigente, um dos prefeitos “trocava” de garota a cada uma hora de conversa ao pé do ouvido. “Essa era chata”, disse ele ao seu segurança após dispensar uma das garotas. Pouco depois, outra garota assumia o lugar, tentando “fechar negócio” com o prefeito de um município do interior paulista.

Anualmente, as prostitutas que trabalham na boate aguardam ansiosamente pela Marcha dos Prefeitos. “É a hora de faturar. Os políticos chegam com vontade de gastar e a gente precisa estar com disposição para ganhar”, disse uma garota de programa.

Goiana, a morena de 20 anos, afirmou estar preparada para os três dias de evento. “Estou hospedada com uma amiga e dividimos as despesas diárias […] É bem mais prático. Acertamos o programa e já podemos subir para um dos quartos”, contou.

As garotas de programa, desfilando pelo carpete vermelho da boate, cobravam em média R$ 1 mil por uma hora de sexo, com algumas pedindo entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. Muitos políticos não barganhavam, acertando rapidamente o valor e subindo para os quartos do hotel ou deixando o local de carro com as garotas.

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