A indicação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) pode acirrar a pressão de setores do PT visando à divisão do Ministério da Justiça e a criação de uma pasta dedicada exclusivamente à Segurança Pública, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com incerteza sobre o assunto, já surgem especulações sobre possíveis substitutos para a estrutura que ficará vaga com a saída de Dino. Nomes como o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, que teve papel crucial na investida do PT contra a Operação Lava-Jato, são mencionados, assim como o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski e Simone Tebet, titular do Planejamento, segundo o Globo.
A possível nomeação de Tebet é vista pelos colaboradores de Lula como uma tentativa de compensar a ausência de representatividade feminina no Supremo. Uma eventual mudança também poderia abrir espaço para outra mulher ser indicada ao Planejamento. Dino foi indicado para a vaga da ministra aposentada Rosa Weber, deixando a Corte com apenas uma magistrada, a ministra Cármen Lúcia.
Caso haja esse remanejamento, o deslocamento de Tebet para a Justiça desencadearia uma nova corrida nos bastidores do governo em busca de um substituto para sua atual posição, uma das mais relevantes na área econômica do Executivo.
A criação do Ministério da Segurança Pública era uma promessa de campanha de Lula, embora não tenha sido bem aceita por Dino. Ele conseguiu impor sua visão ao assumir a pasta nos termos desejados. Contudo, tanto o presidente quanto o PT, ocasionalmente, se mostraram favoráveis à separação.
No final de outubro, durante sua live semanal, o chefe do Executivo mencionou a possibilidade de criar a pasta, que se tornaria a 39ª do governo.
Em um cenário de divisão ministerial, há outros nomes considerados. Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo e braço-direito de Dino, é cogitado para assumir a pasta da Segurança Pública. Para a Justiça, o presidente também poderia optar pelo atual advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, que já estava entre os indicados para o Supremo.
Além disso, interlocutores do presidente petista sugeriram o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, como possível nome para liderar um futuro ministério da Segurança Pública.