VÍDEO – Marco Aurélio Mello diz que se arrepende de assinar carta pela democracia

Atualizado em 25 de agosto de 2022 às 17:25
O ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello Foto: Reprodução

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (25), que se arrepende de ter assinado a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”. Segundo ele, o documento é usado como “instrumento político”.

“Se soubesse que o manifesto seria usado como instrumento político para fustigar o atual governo e apoiar um candidato de oposição, no caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eu não o teria assinado”, disse o magistrado. “Se arrependimento matasse, vocês estariam encomendando a minha missa de sétimo dia”.

Mello também criticou a operação da Polícia Federal contra empresários que defenderam um golpe de Estado, em um grupo de WhatsApp, caso Lula (PT) vença as eleições.

“Não vi com bons olhos o que ocorreu com os empresários. Havia como investigar sem atos tão violentos”, afirmou. “Em direito penal, não se pune a simples cogitação [de um golpe]. Não temos o crime de opinião. Precisamos de temperança, de entendimento entre os poderes, cuidar das desigualdades que no país tanto nos envergonham.”

Segundo ele, cabia ao relator, o ministro Alexandre de Moraes, “ouvir o Ministério Público, ouvir o estado acusador. O Supremo é simplesmente estado julgador”.

Os mandados de busca e apreensão foram autorizados por Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais. A ação ocorreu após o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, revelar as conversas dos empresários.

Sobre as eleições, Marco Aurélio disse que “Lula foi ressuscitado politicamente pelo Supremo, fechando as portas para uma terceira via”.

“Como cidadão e eleitor, sou favorável a abrir-se o leque e ter-se vários candidatos para escolha pelos eleitores”, afirmou.

Ao ser questionado se aceitaria ser ministro da Justiça caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) o convidasse, o ex-ministro declarou que “jamais seria auxiliar do Presidente da República”.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link