O senador Marcos do Val (Podemos-ES) classificou a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos, em dezembro do ano passado, como uma ‘fuga’ para não ser preso. Com informações da Veja.
Em mensagens enviadas para amigos no WhatsApp, o parlamentar disse que o ex-mandatário estava preocupado em ser detido. “Ele não estava preocupado com o Brasil, mas por ser preso”, disse Do Val.
Bolsonaro embarcou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) rumo a Orlando no penúltimo dia de seu mandato, em 30 de dezembro de 2022. O ex-presidente retornou ao Brasil apenas três meses depois, em 30 de março.
“Eu fui convidado por ele [Bolsonaro] para fazer essa ação. Como integrante da CCAI [Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência], fui dando corda para ver até onde ele iria. Na eminência (sic) de fato acontecer eu passei para ele que estaria cometendo um crime gravíssimo contra a democracia e de lá reportei para o órgão responsável. Foi diante disso que ele fugiu para os EUA”, afirmou o senador em uma das mensagens.
As mensagens foram encontradas no celular do parlamentar apreendido pela Polícia Federal (PF). De acordo com o relatório de investigação, o senador compartilhou detalhes sobre uma trama golpista arquitetada pelo ex-deputado Daniel Silveira em dois grupos chamados “Chefias” e “Amigas para a eternidade”.
Nas mensagens, Marcos do Val reafirmava a participação do ex-presidente para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O senador mantinha comunicações paralelas com Silveira, Bolsonaro e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Em uma mensagem enviada a Moraes em 12 de dezembro, Do Val disse que conversou com “PR” e “DS” – referências ao então presidente da República e a Daniel Silveira – , e que a dupla teria pedido a ele “uma ação esdrúxula, imoral e até criminal”.