Num evento em Belo Horizonte, Marina Silva contou que não sabia dos crimes de que Aécio é acusado.
Foi sua segunda viagem à capital de Minas em menos de dez dias.
A candidata da Rede deu uma de joana sem braço quando questionada sobre o apoio ao tucano no segundo turno das eleições de 2014.
Marina ficou em terceiro lugar e abraçou a causa do Mineirinho com unhas, dentes e muito ódio no coração.
“Fui a pessoa que sugeriu que levasse o senador Aécio Neves ao Conselho de Ética do Senado. E defendo que não se tenha dois pesos e duas medidas”, disse ela a jornalistas.
“Na época, ninguém sabia o que o Aécio e a Dilma fizeram. A maioria de vocês aqui votou em um dos candidatos do segundo turno. Aposto que não sabiam. Se soubessem, com certeza não votariam. Então, a mesma coisa fui eu”.
E pronto, fui, tchau.
Aécio virou réu no STF nesta semana por corrupção e obstrução de Justiça e as acusações não param de aparecer.
Mas os mineiros e o mundo sempre souberam de quem se tratava.
Ao longo da campanha, o DCM dedicou diversas matérias aos malfeitos do senador. O Helicoca foi assunto nacional. A Lista de Furnas estava por aí há tempos.
O escândalo do aeroporto nas terras do tio foi amplamente noticiado.
Etc etc.
Há duas opções, igualmente ruins.
1. Marina está mentindo e embarcou na aventura aecista movida sabe Deus por quê.
2. Marina não sabe escolher com quem se alia.
Neste caso, se é verdade que ela não tinha ideia da ficha corrida notória de Aécio Neves, como esperar que governe?
Esse argumento vai valer para todo corrupto que ela nomear?
José Serra a chamou de “picareta”.
Fernando Henrique, numa das 738 entrevistas que deu hoje, disse que não sabe se Marina “tem a malignidade necessária para o exercício do poder.”
Talvez seja o oposto: excesso de malignidade.
Novamente, em ambos os casos, é um problema e não uma solução.