Marta diz que programa de abstinência sexual de Damares é ridículo

Atualizado em 23 de janeiro de 2020 às 20:32
Supla e Marta Suplicy

A proposta da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para tornar a abstinência sexual uma política contra a gravidez na adolescência não tem apoio da ex-senadora Marta Suplicy, uma das precursoras da luta pelos direitos da mulher no Brasil.

Em diálogo com simpatizantes em uma rede social, Marta disse que o “programa é fadado ao ridículo e um desperdício de recurso público”.

Disse que não há estudos que comprovem a eficácia da abstinência para reduzir os índices de gravidez na adolescência. “Os que conheço mostram a ineficácia da prelação”.

Marta contou que foi chamada por Paulo Freire para comandar um projeto de educação sexual nas escolas durante o governo de Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo (1989-92).

“Tivemos resultados exitosos”, escreveu. “Na minha época como prefeita também trabalhamos com um projeto similar e com bastante eficiência”.

Segundo Marta, programas ligados à educação, “além de informar, o que não é suficiente, trabalham o empoderamento das jovens para dizer o não se for o caso ou o sim com responsabilidade”.

Por essa lógica, o sexo não deve ser demonificado, tampouco endeusado.

“Ele existe e é para ser vivenciado de acordo com os valores familiares e decisões pensadas”, diz Marta. “Este aprofundamento pode ser conseguido em discussões em sala de aula”.

“Ignorar ou exigir simplesmente a abstinência é ignorar os hormônios e curiosidade da adolescência”, finalizou a ex-senadora.

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