Matemática e leitura: OCDE aponta declínio na aprendizagem de adolescentes

Atualizado em 5 de dezembro de 2023 às 17:54
Sala de aula na França. Foto: Stephane Mahe/REUTERS

As competências de matemática e leitura dos adolescentes estão em um declínio “sem precedentes” em dezenas de países, segundo uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre padrões globais de aprendizagem divulgada nesta terça-feira (5).

O levantamento destacou que o fechamento das escolas durante a pandemia de Covid-19 é apenas parcialmente culpado.

O estudo identificou algumas das maiores quedas no desempenho desde 2000, quando iniciou seus testes trienais de competências de leitura, matemática e ciências para jovens de 15 anos.

Em comparação com a última vez em que os testes foram realizados, em 2018, o desempenho em leitura caiu em média 10 pontos nos países da OCDE, enquanto em matemática a queda foi de 15 pontos. A queda é equivalente a três quartos do valor de aprendizagem de um ano.

A pesquisa, que envolveu quase 700 mil jovens em 38 países membros OCDE e 44 não membros, é a maior comparação internacional do desempenho educativo.

Apesar de mais da metade dos 81 países registrarem quedas no aprendizado, a Alemanha, Islândia, Países Baixos, Noruega e Polônia destacaram-se com resultados particularmente negativos em matemática.

Em média, 25% dos jovens de 15 anos na OCDE tiveram um desempenho baixo em matemática, leitura e ciências, o que significa que eles não sabem utilizar algoritmos básicos ou interpretar textos simples, segundo o estudo.

“A Covid provavelmente desempenhou algum papel, mas eu não a superestimaria”, disse o diretor de educação da OCDE, Andreas Schleicher, em entrevista coletiva.

“Existem fatores estruturais subjacentes. É muito mais provável que essas sejam características permanentes dos nossos sistemas educativos, que os políticos deveriam realmente levar a sério”, acrescentou.

Os países que forneceram apoio extra aos professores durante o fechamento de escolas devido à pandemia tiveram melhores resultados, segundo a pesquisa. Desempenhos de menor qualidade, por sua vez, tendem a estar associados a taxas mais elevadas de uso de celulares para lazer e onde as escolas reportam escassez de professores.

Países como Singapura, Macau, Taiwan, Hong Kong, Japão, Coreia do Sul, Estônia e Canadá tiveram os melhores resultados em matemática e ciências. Em leitura, a Irlanda, Japão, Coreia do Sul e Taiwan obtiveram as melhores notas.

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