Morto neste sábado por afogamento em sua casa, Matthew Perry lutou contra a dependência química e contou sua história em sua autobiografia intitulada “Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível”. A “Coisa Terrível” a que Perry se refere é sua batalha contra o vício, que incluiu álcool, opioides e cigarro.
Mais do que apenas compartilhar anedotas de bastidores da TV americana, o livro é uma profunda introspecção. Ao longo de sua carreira, especialmente durante as últimas temporadas de “Friends”, Perry estava no auge do sucesso financeiro, chegando a ganhar US$ 1,1 milhão por episódio.
No entanto, ele revelou que uma estimativa de US$ 7 milhões foi gasta na tentativa de alcançar a sobriedade. Perry detalha suas 65 internações para desintoxicação e menciona que, a certa altura, chegou a consumir 55 pílulas de Vicodin diariamente.
Sua primeira internação foi aos 26 anos. Foram cerca de 6 mil reuniões do Alcoólicos Anônimos. A variação do seu peso durante o período de “Friends”, oscilando entre 58 e 102 quilos, também é destacada.
Apesar de suas realizações profissionais, Perry descreve momentos pessoais difíceis, como romances interrompidos devido a inseguranças e sentimentos de inadequação. Ele revela que terminou relacionamentos, incluindo um com Julia Roberts, por medo de ser abandonado no futuro.
Enquanto a autobiografia abrange diversos aspectos de sua vida, incluindo seu relacionamento com colegas de elenco e sua infância, o foco é sua dependência química. Ele enfatizava que, mesmo durante as gravações de “Friends”, nunca trabalhou sob a influência de drogas. Ainda assim, há momentos de vulnerabilidade, como quando ele saiu de uma clínica de reabilitação apenas para filmar o casamento de seu personagem, Chandler, com Monica.
A trajetória de Perry, infelizmente, foi repleta de altos e baixos, incluindo graves complicações de saúde, como um intestino rompido, levando-o a um coma e apenas 2% de chance de sobrevivência. A autobiografia serve como um olhar íntimo e sincero sobre seus desafios.