O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, realizou uma transferência bancária de quase R$ 368 mil para os Estados Unidos em janeiro de 2023. A transação é considerada “atípica” pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e coincide com o período em que o ex-presidente estava no país. A informação é do Estadão.
Segundo o órgão, a “movimentação elevada” pode indicar prática de crimes fiscais ou de lavagem de dinheiro.
“Destacamos o envio de ORPAG para o exterior, valor de R$ 367.374,56, em 12/01/2023, País: ESTADOS UNIDOS e beneficiário o analisado. Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio, e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se”, diz relatório do Coaf.
Pouco antes, o próprio ex-presidente fez uma transferência para os Estados Unidos, no valor de R$ 800 mil. A transação ocorreu no fim de 2022, às vésperas de embarcar para o país, e foi o principal débito dele em uma conta que mantinha em banco público.
O Coaf apurou que Cid movimentou R$ 3,2 milhões em sete meses (entre 26 de junho de 2022 e 25 de janeiro de 2023): R$ 1,8 milhão em créditos e R$ 1,4 milhão em débitos. Segundo o relatório do órgão, os valores são “incompatíveis com o patrimônio” do tenente-coronel.
No período, ele recebeu cerca de R$ 1,4 milhão, sendo que seu salário bruto oficial é de R$ 26 mil. Ele teria feito um resgate de aplicação no valor de R$ 946 mil, recebendo R$ 99 mil por meio de Pix e outros R$ 45 mil por meio de outras modalidades de transferência bancária.
Nos cinco primeiros meses deste ano, o ex-ajudante de ordens recebeu R$ 225,8 mil, sendo R$ 38,4 mil via Pix e outros R$ 32,4 mil por transferência bancária via TED/DOC.