Mauro Cid não poupou Bolsonaro em nenhum relato de delação à PF; entenda

Atualizado em 24 de outubro de 2023 às 8:20
Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), implodiu o ex-mandatário em diversos trechos de sua delação premiada à Polícia Federal (PF).

O militar implicou diretamente o ex-chefe do Executivo em todas as frentes investigadas pela PF e não o poupou em nenhum relato. A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.

Cid afirmou em sua delação que partiu de Bolsonaro a ordem para a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19, tanto para ele próprio quanto para sua filha, Laura. Ele admitiu à PF que orquestrou a falsificação dos cartões com a ajuda de aliados, além de imprimir os documentos falsos e entregá-los pessoalmente ao então presidente.

Um investigador que participa do caso mencionou que a falsificação de um certificado de vacinação para a filha do ex-capitão não poderia ter ocorrido sem o seu conhecimento, especialmente considerando o estilo controlador de Bolsonaro.

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Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: reprodução

Cid forneceu também respostas detalhadas a todas as perguntas da PF que envolviam Bolsonaro. Ele delineou como o ex-presidente se comportou em questões relacionadas a vacinas, reuniões sobre possíveis golpes de Estado e a aquisição de presentes que recebeu e que deveriam ser destinados à União, como as joias enviadas pelos sauditas.

Até recentemente, os assessores de Bolsonaro estavam investigando a família de Cid para obter informações sobre o acordo de delação. Um ministro da ala militar do governo informou que o nome do ex-mandatário sequer foi mencionado na delação. Alguns de seus assessores acreditaram nessa versão, mas Bolsonaro permaneceu cético.

No entanto, após a divulgação de mais detalhes da colaboração de Cid envolvendo diretamente o ex-presidente, Bolsonaro e sua equipe parecem acreditar agora que a delação do tenente-coronel o coloca como figura central no caso.

Em relação à questão das vacinas, a versão apresentada por Bolsonaro à PF difere da relatada por Cid. Bolsonaro afirmou aos investigadores que não tinha conhecimento nem orientou a falsificação de cartões de vacinação, nem para seu uso pessoal, nem para o de sua filha.

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