Mauro Cid recebia dados de conta de Bolsonaro nos EUA em seu e-mail, diz CPMI

Atualizado em 28 de agosto de 2023 às 19:52
Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Reprodução

Um documento obtido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos ocorridos no dia 8 de janeiro revelou que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, recebia, por e-mail, detalhes da conta bancária de Jair Bolsonaro (PL) no Banco do Brasil nos Estados Unidos.

De acordo com ele, o e-mail pessoal de Mauro Cid foi cadastrado como o endereço eletrônico principal da conta bancária, recebendo todos os extratos, comprovantes de transferências de recursos e outras informações relacionadas. O registro tem a assinatura de Bolsonaro e a data de 21 de dezembro de 2022, sugerindo que o e-mail de Cid estava associado ao próprio ex-presidente.

A revelação foi feita após informações divulgadas pelo jornal “Folha de S. Paulo” indicando que Bolsonaro abriu uma conta no BB Americas, uma subsidiária do Banco do Brasil em Miami, nove dias antes de deixar o país.

A Polícia Federal (PF) planeja enviar uma equipe aos Estados Unidos para investigar as contas bancárias de Bolsonaro, Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid. Há suspeitas de que dinheiro proveniente da venda de presentes no exterior possa ter passado por essas contas.

Mauro Cid transferiu R$ 367 mil para sua conta nos Estados Unidos em 12 de janeiro deste ano.

Mauro Cid fazendo careta e gesticulando
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – Reprodução

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro manifestou à Polícia Federal sua intenção de fazer uma confissão sobre o caso das joias recebidas como presentes pela Presidência durante o governo do ex-capitão e posteriormente vendidas por aliados do ex-presidente no exterior. O depoimento, agendado para quinta-feira (31), é aguardado com expectativa pelos investigadores, que acreditam que a confissão pode trazer benefícios jurídicos, mesmo que não se trate de uma delação premiada.

Seu advogado, Cézar Bitencourt, já se reuniu com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, solicitando um novo encontro antes da próxima oitiva do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Enquanto isso, a defesa do ex-presidente sinaliza que pode adiar seu depoimento no caso das joias caso não obtenha acesso total ao inquérito. Porém, a PF mantém o depoimento de Bolsonaro agendado para o dia 31 de agosto.

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