A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro analisa e-mails do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negociando um relógio da marca Rolex recebido em uma viagem oficial. A informação é do jornal O Globo.
Segundo o material em posse da comissão, em 6 de junho de 2022, o bolsonarista recebeu um e-mail em inglês de uma interlocutora. “Obrigado pelo interesse em vender seu rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui”, disse ela.
“Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa”.
Cid, por sua vez, disse que não possuía o certificado do Rolex, pois “foi um presente recebido durante uma viagem oficial”. O militar também afirmou que pretendia vender a peça por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil, em cotação atual). Os e-mails não detalham o contexto do recebimento do relógio.
Em outubro de 2019, durante uma visita à Arábia Saudita, Bolsonaro recebeu um conjunto de joias, composto por um Rolex, um anel, uma caneta e um rosário islâmico, do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. O item de luxo, no entanto, foi devolvido pela defesa do ex-capitão em abril deste ano.
Vale destacar que Mauro Cid tentou reaver o conjunto de joias em posse do Fisco no fim do ano passado, antes do ex-mandatário deixar o poder e embarcar para os Estados Unidos, dias antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).