Mauro Cid tinha acesso às contas de Bolsonaro, que temia depósitos: “Armação’

Atualizado em 15 de agosto de 2023 às 7:58
Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tinha acesso às contas do ex-mandatário. A informação é do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

Assim que assumiu as finanças de Bolsonaro, Cid fez um mapeamento de todas as contas bancárias abertas em nome dele. Segundo o militar, eram várias.

“O presidente sempre foi muito desorganizado com dinheiro. Nunca foi gastador, só que nunca controlou o dinheiro dele. Quando cheguei, comecei a procurar as contas que ele tinha, e encontrei várias contas inativas”, afirmou Cid.

De acordo com o tenente-coronel, havia dinheiro também em contas “esquecidas” do ex-presidente. A gente fechou todas as contas e centralizou em uma só, no Banco do Brasil”, ressaltou Cid. “Era tudo poupança. Não tinha investimento. Ele odiava esse troço.”

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Jair Bolsonaro e Mauro Cid. Foto: Reprodução

O ex-ajudante de ordens ainda afirmou que, enquanto esteve no governo, Bolsonaro, além de temer eventuais créditos de origem desconhecida, deixava por conta do militar averiguá-los. Cid relatou que teve que trocar a conta bancária dele justamente porque apoiadores vinham fazendo depósitos de valores picados.

“Trocamos a conta dele no meio do caminho porque estavam fazendo depósito de um real, de centavos… Ele tinha medo de alguém fazer um depósito na conta dele e sempre perguntava: ‘Checou se botaram dinheiro na minha conta?’. Toda semana eu olhava lá e checava. Ele morria de medo disso. Temia uma armação, um depósito”, disse o militar.

Por temer que essas transações em sua conta dessem origem a algum tipo de suspeita durante o mandato, Bolsonaro deu uma ordem para Cid não usar serviços de internet banking. O ex-presidente também não gostava de ter cartão de crédito. “Só tinha cartão de débito”, afirmou Mauro Cid.

Vale destacar que, depois de deixar o governo, o ex-chefe do Executivo recebeu, via Pix, R$ 17 milhões em depósitos feitos por apoiadores em sua conta pessoal.

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