O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (10) que não há definições sobre o dia exato em que os brasileiros terão permissão para cruzarem a fronteira do Egito e deixarem a Faixa de Gaza. Para isso acontecer, é preciso que Israel inclua o nome das pessoas em lista de autorizados a fazerem o translado.
“A situação em Gaza não me permite dizer se será hoje ou amanhã ou quando. É uma região conflagrada e são inúmeras as questões que dificultam a reabertura [da fronteira de Gaza com o Egito]”, disse o chefe do Itamaraty.
Na última quinta-feira (9), a CNN Brasil noticiou que Israel iria permitir a saída dos brasileiros nesta sexta. No entanto, o posto de Rafah, situado na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, foi fechado antes que o grupo de 34 brasileiros conseguisse atravessar a divisa dos países para escapar do conflito por meio do processo de repatriação.
“A situação em Gaza não me permite dizer se será hoje ou amanhã ou quando. É uma região conflagrada e são inúmeras as questões que dificultam a reabertura [da fronteira de Gaza com o Egito]”, diz o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre saída de brasileiros por… pic.twitter.com/GY6Issv0TP
— GloboNews (@GloboNews) November 10, 2023
A expectativa era que os brasileiros saíssem da região no sábado (11), partindo do aeroporto de Al Arish, mais próximo da Faixa de Gaza, em vez do Cairo, no Egito, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Em seguida, seriam recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (12/11).
Os embaixadores do Brasil em Israel, Frederico Meyer, e na Palestina, Alessandro Candeias, destacaram que apenas duas ambulâncias com feridos conseguiram cruzar a passagem de Rafah na sexta-feira, a única saída atual da Faixa de Gaza, aberta por algumas horas diariamente.
“O governo brasileiro tem mantido encontros com as autoridades constituídas nos países envolvidos, contatos de mais alto nível, sempre examinando a possibilidade de libertação dos brasileiros no menor prazo possível junto cidadãos de outras nacionalidades que estão na lista”, informou o ministro.
Enquanto isso, a embaixada do Brasil no Cairo está se preparando para receber os refugiados que serão submetidos a cuidados médicos antes de embarcarem no voo de retorno a bordo de um VC-2, a versão de transporte presidencial do Embraer-190. O avião já está na capital do Egito.
Até o momento, 1.410 brasileiros e 3 bolivianos foram repatriados da crise em Israel, além de 32 brasileiros da Cisjordânia, a outra metade do Estado palestino.