O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lamentou nesta quarta-feira (18) a rejeição da resolução proposta pelo Brasil sobre o conflito entre Israel e Hamas no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o ministro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez todo o possível para aprovar o texto. Vieira ainda disse que a preocupação sempre foi humanitária.
“Esse texto focava basicamente na cessão das hostilidades, no aspecto humanitário, criando uma passagem humanitária […] e que também estabelecia a possibilidade de envio de ajuda humanitária”, afirmou o chanceler no Itamaraty em encontro com jornalistas nesta manhã.
“Infelizmente, não foi possível aprovar a resolução. Mas acho que, do nosso ponto de vista, como governo brasileiro, fizemos todo o esforço possível para cessar as hostilidades, interromper o sacrifício humano e dar algum tipo de assistência às populações locais e aos brasileiros que estão ainda na faixa de Gaza”, disse.
Houve 12 votos favoráveis, mas os Estados Unidos vetaram a resolução. Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, o país norte-americano possui a capacidade de bloquear resoluções, tornando sua posição preponderante no processo decisório.
A embaixadora Linda Thomas-Greenfield disse que o voto contrário se deveu à ausência de uma normativa reforçando o direito de Israel de se defender.
Vieira, que embarca para Nova York ainda nesta quarta para participar de reunião do Conselho de Segurança, voltou a comentar o veto norte-americano em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
O ministro argumentou que o episódio reforça a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança e da ONU como um todo. “Nosso objetivo era encontrar uma saída. A resolução foi aprovada. Dos 15 países membros, 12, inclusive o Brasil, votaram a favor. Dois se abstiveram. E um votou contra, e, com direito de veto, não avançou”, declarou.
“O que nos resta a fazer? Continuar insistindo, tanto pela reforma do conselho quanto da ONU, em geral. E também em fazer os outros atores, sobretudo os membros permanentes, que são grandes potências, verem que há outros países que têm uma contribuição a dar”, disse Vieira.