O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu na tarde desta quinta-feira (18) a inclusão da Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Chegou a hora de a comunidade internacional finalmente receber o Estado da Palestina plenamente soberano e independente como um novo membro das Nações Unidas”, declarou o chanceler durante reunião do Conselho da Segurança da ONU, que ocorre em Nova York.
Em seu discurso, Vieira destacou sua preocupação com as crescentes hostilidades no Oriente Médio. O chanceler ressaltou que o reconhecimento do Estado palestino já foi feito pela ONU e enfatizou a necessidade de uma solução duradoura para a questão palestina, visando garantir a estabilidade regional.
“Os últimos eventos no Oriente Médio são mais um testemunho do fato de que uma solução duradoura e sustentável para a questão palestina não é apenas um imperativo moral. Trata-se de pré-requisito estratégico para a estabilidade regional e global”, afirmou Mauro Vieira.
“A paz e a estabilidade no Oriente Médio só podem ser alcançadas quando as aspirações legítimas do povo palestino pela autodeterminação e soberania forem atendidas”, acrescentou.
Segundo o chanceler, “um compromisso crível com a paz e segurança no Oriente Médio requer que a comunidade internacional tome todas as medidas necessárias para o cumprimento do direito à autodeterminação do povo palestino e à implementação da solução de dois Estados, conforme a Resolução 181 (II) da Assembleia-Geral de 1947”.
O pedido de adesão da Palestina como membro pleno será votado nesta sexta-feira (19). Das 15 nações com poder de decisão no Conselho de Segurança, a aprovação requer nove votos favoráveis, sem veto dos cinco países permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França.
A expectativa é de que o pedido, apresentado pela Argélia, receba apoio, mas acabe vetado pelos EUA, aliado de Israel.
Atualmente, a Palestina é reconhecida como um observador não-membro da ONU. Se aprovado, o pedido de adesão completa precisará ser ratificado pela Assembleia Geral da ONU.