O MBL (Movimento Brasil Livre) não dorme no ponto. Às vésperas do segundo turno das eleições do ano passado, foram todos seus principais líderes beijar a mão de Jair Bolsonaro no condomínio que o ex-presidente divide com milicianos e assassinos da vereadora Marielle Franco. Assim o fizeram e assim publicaram em suas redes, com Mamãe Falei, Kim Kataguiri e Fernando Holiday sorrindo e abraçando o ex-capitão.
Também no mesmo processo eleitoral, cansaram de publicar notícias falsas a respeito das candidaturas de esquerda, de mamadeira de piroca pra baixo. Estavam fazendo o que sempre fizeram, um jogo sujo político, voltados exclusivamente a seus próprios interesses, que, segundo explicou Kim Kataguiri em entrevista que até hoje está nas redes, nada mais são do que “tomar o poder”.
Agora, depois que foram rejeitados pelos próprios apoiadores do “Mito” que levaram ao poder, buscam se reinventar com um mea culpa, pretensamente corrigindo rumos só para se manter no rumo, de busca pelo poder pela direita.
Este repórter já ouviu um áudio (que mantém em seus arquivos) de Renan Santos, o líder do MBL cuja família detém a chave do cofre do movimento, nos idos de 2016, dizendo que o movimento, apesar de ser liberal, deveria se aproximar dos evangélicos, devido à importância eleitoral deste público. Renan estava dizendo aos membros do MBL como deveriam agir, e de fato assim passaram a agir, sendo a ação no Queer Museum o exemplo mais visível. A estratégia deu certo, elegeram seus parlamentares e derrotaram o PT, com mamadeira de piroca, com tudo.
Agora, que foram rejeitados pelo núcleo duro de apoio bolsonarista, tentam se reinventar. Tá certo.
Apenas poderiam aproveitar a oportunidade e dar alguma transparência às finanças do grupo, cada vez maior e mais gordo, em que pese o desembarque daqueles que ajudaram a levar ao poder.
O MBL segue até hoje sem ser uma pessoa jurídica. Todo o dinheiro que a marca de fantasia recebe, por meio de doações e venda de produtos, vai direto para a conta do MRL, Movimento Renovação Liberal, esta sim uma CNPJ, de direito privado, cujos donos são os familiares de Renan Santos. Isso tudo é fato, não suposição.
E que grande família esta a quem o MBL resolveu confiar suas finanças. É um pessoal com dezenas de processos na Justiça, por fraudes trabalhistas e por falta de pagamentos dos mais variados credores. Renan Santos e seu irmão, conhecido como Salsicha, sequer pagaram a escola e a faculdade onde estudaram. Esses processos estão na Justiça, para quem quiser ler no site do TJ-SP, e também copiados nos arquivos deste repórter. Sobre o MRL, nunca tornaram público nenhum de seus balanços. Ninguém sabe o que a família de Renan faz com o dinheiro dos doadores.
Este repórter, que já contou algumas verdades a respeito dessa turma toda, como quando Fernando Holiday recebeu ajuda não declarada de João Doria para ser eleito vereador de São Paulo, foi ele próprio vítima de fake news deste grupo, que tem como prática contumaz responder aos fatos negativos que são expostos contra si tentando desmerecer àqueles que jogam luz aos fatos, sempre por meio da mentira.
Então, este grupo pode até fazer um mea culpa, mas seria necessário uma fazenda de mea culpa e esclarecimentos para se tornar minimamente sério.