O Ministério da Educação (MEC) abriu, nesta quinta-feira (9) uma consulta pública para avaliar e reestruturar o Novo Ensino Médio.
O modelo, aprovado em 2017 e implementado nas escolas públicas e particulares desde 2022, aumenta a carga horária dos colégios, muda a distribuição de disciplinas no currículo e possibilita que os alunos escolham em quais áreas querem se aprofundar.
Parte das mudanças, porém, vêm enfrentando críticas pela maneira como estão sendo implementadas no dia a dia dos estudantes, como por exemplo, escolas públicas que não têm infraestrutura para manter o novo formato e a carga horária, que era de 4 horas diárias e deve chegar a 7 horas por dia em 2024, o que não é atrativo para alunos mais pobres que precisam trabalhar.
Diante disso, com o início do novo governo, o MEC decidiu ouvir a sociedade civil, a comunidade escolar, equipes técnicas dos sistemas de ensino, pesquisadores e especialistas em educação para definir as necessidades de reformular o Novo Ensino Médio. Haverá audiências públicas, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais.
Nesta quinta, após evento em Brasília, o ministro Camilo Santana mencionou o problema dos itinerários formativos, que são as áreas de conhecimento “eletivas” que as redes de ensino ofertam aos alunos.
“A grande preocupação é como as escolas podem ofertar todos os itinerários. Há uma questão de desigualdade, vamos ver como corrigir isso, vamos aprofundar o debate ouvindo especialistas”, afirmou Santana.
Uma escola de grande porte tende a oferecer mais opções para os seus estudantes do que um colégio pequeno, de um município mais pobre.
De acordo com a portaria do MEC, publicada no Diário Oficial da União, a consulta terá duração de 90 dias, podendo ser prorrogada. A partir dela, a Secretaria de Articulação Intersetorial e os sistemas de ensino devem elaborar um relatório final que será encaminhado para a pasta.