A enfermeira Dzirrê de Almeida Gonçalves, coordenadora de uma unidade de saúde de Cabeceiras, no Entorno do Distrito Federal, foi uma das profissionais que teve o nome colocado no cartão de vacina fraudado de Gabriela Santiago Cid, esposa do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid.
De acordo com informações do G1, Dzirrê contou que o médico Farley Vinícius de Alcântara pediu um cartão de vacina em branco a ela no dia 25 de novembro de 2021. A enfermeira, no entanto, respondeu que na unidade de saúde em que ela trabalhava não tinha o que ele pediu.
A enfermeira também afirmou que, depois desse pedido, o médico não falou mais com ela e nem deu explicações sobre o motivo de ter solicitado o cartão de vacina em branco. Ela ainda disse que a última vez que havia conversado com ele havia sido durante um plantão no hospital municipal da cidade, em maio daquele mesmo ano.
“Eu não perguntei [para quê ele queria]. Nunca imaginava que fosse para fazer algo ilícito. Quando falei que não tínhamos, ele não falou mais nada”, disse Dzirrê. A enfermeira, entretanto, negou ter qualquer envolvimento na fraude que o médico é suspeito:
“Trabalho há quase cinco anos na administração do PSF e isso nunca aconteceu. Tenho uma ética profissional, nunca vou fazer uma coisa dessa. Não tenho nada a ver com isso, meu nome foi usado”.
Segundo a Polícia Federal (PF), além de entregar o cartão falso de vacinação, retirado do comprovante de vacinação de uma enfermeira que teria sido imunizada em Cabeceiras, Farley também entregou outro cartão em branco.
Vale destacar que ele é sobrinho do sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, que foi preso na quarta-feira (3), durante a operação deflagrada pela PF.