Nesta quinta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou suas redes sociais para compartilhar diversas postagens, mas nenhuma delas abordou o evento político mais relevante do dia. O foco estava na operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), um dos principais aliados políticos de Bolsonaro.
Carlos Jordy, próximo ao ex-presidente, é alvo da operação Lesa Pátria, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação visa apurar seu envolvimento como líder de atos antidemocráticos e bloqueios em estradas realizados por apoiadores bolsonaristas, contrários aos resultados das eleições de 2022, que culminaram no levante golpista em 8 de janeiro de 2023.
A operação Lesa Pátria concentra-se agora nos “autores intelectuais” dos atos golpistas, incluindo Jair Bolsonaro, que foi acrescentado à investigação por Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) há aproximadamente um ano.
Até o momento desta publicação, Bolsonaro permanece em silêncio sobre o avanço das investigações, que agora atingem aliados próximos. Em vez disso, direcionou duas postagens em suas redes sociais atacando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ausência de comentários de Bolsonaro, conhecido por suas críticas a Moraes, sugere uma possível apreensão do ex-presidente, temendo ser o próximo alvo da PF.
A Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da Operação Lesa Pátria nesta quinta-feira, visando identificar os mentores, financiadores e incitadores dos atos antidemocráticos entre outubro de 2022 e o início de 2023. Carlos Jordy é um dos alvos da operação, com estreitas relações destacadas no despacho de Moraes.
O deputado manteve vínculos com Carlos Victor de Carvalho, suspeito de envolvimento em atos golpistas, inclusive os de 8 de janeiro, e administrador de 15 grupos de WhatsApp de extrema direita.
Carvalho, foragido da Justiça, trocava mensagens com Jordy, que, segundo as autoridades, ao ter conhecimento do paradeiro do suspeito, deveria comunicar imediatamente a polícia. O despacho revela consultas de Carvalho a Jordy sobre condutas criminosas e golpistas, destacando a gravidade do vínculo para ordenar crimes contra o Estado de Direito.