Para Henrique Meirelles, o primeiro desafio do próximo presidente do país será “avaliar o real tamanho do rombo orçamentário que o aguarda”. Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, ele aponta que o valor deve estar em cerca de R$ 400 bilhões, apesar de o cálculo do governo de Jair Bolsonaro estimar R$ 150 bilhões.
“Para lidar com essas despesas sem penalizar a população mais pobre, dependente de benefícios previdenciários e do salário mínimo, será essencial criar excepcionalidades na regra fiscal atual”, afirma Meirelles.
O economista diz que é necessário avaliar os efeitos de medidas como a PEC Kamikaze e o calote dos precatórios para “saber o tamanho do desafio”.
“Tudo isso é possível de ser feito. Mas é extremamente importante que, em 2024, o governo implemente regras fiscais que permitam recursos a programas sociais e de infraestrutura e gerem confiança na economia”, prossegue.
Meirelles defende uma reforma administrativa e diz que Lula, se eleito, “vai repetir a experiência de sucesso com bom senso”.
“Apoio a candidatura de Lula porque a minha experiência nos oito anos do governo dele foi de boa gestão e resultados excepcionais na economia, com a criação de milhares de empregos e crescimento de 4% ao ano em média do país”, aponta.
Na minha avaliação, esse rombo está muito mais próximo de R$ 400 bilhões, como estimam entidades independentes, do que dos R$ 150 bi que o atual governo está calculando.
— Henrique Meirelles (@meirelles) October 24, 2022
Para dimensionar essas excepcionalidades, será preciso também avaliar os efeitos das várias medidas que violaram o teto fiscal no atual governo, como a PEC Kamikaze, o calote dos precatórios. Só assim será possível saber o tamanho do desafio.
— Henrique Meirelles (@meirelles) October 24, 2022
Para isto é necessário que sejam feitas reformas. Defendo uma reforma administrativa bem feita, como ocorreu em SP, quando fui Secretário da Fazenda.
— Henrique Meirelles (@meirelles) October 24, 2022
Isso me dá confiança de que ele vai repetir a experiência de sucesso com bom senso.
— Henrique Meirelles (@meirelles) October 24, 2022