Mensagens do celular de Cid revelam reunião secreta de Bolsonaro com vice-PGR

Atualizado em 31 de maio de 2023 às 8:39
Jair Bolsonaro e Lindôra Araújo. (Foto: Reprodução)

No dia 26 de Março de 2021, um dos dias de auge da pandemia do Corona Vírus, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria se encontrado com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. As informações do encontro foram encontradas pela Polícia Federal (PF) nas mensagens do celular do tenente-coronel Mauro Cid. Com informações de Guilherme Amado, colunista do Metrópoles.

Bolsonaro tinha o hábito de se encontrar fora da agenda com Lindôra desde 2020. Em um desses  encontros o ex-capitão chegou a prometer nomeá-la para a PGR, mesmo sendo ela a pessoa designada na época pelo procurador-geral, Augusto Aras, a analisar pedidos de investigação criminal contra o então presidente.

Araújo, hoje, é responsável por acompanhar o inquérito que investiga Cid, ex-braço direito do ex-chefe de estado, e ao longo do ano passado, ela se manifestou diversas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação das provas obtidas com a quebra de sigilo telemático do tenente-coronel.

Na ocasião, Cid pediu a um outro ajudante de ordens de Bolsonaro para buscar Lindôra em seu apartamento e a levar ao Palácio do Planalto. O assessor, identificado como tenente Alencar, perguntou então se deveria “levar ela para sala de espera do Gab PR ou deixar na região do mezanino”. A resposta está em um áudio a que a coluna não teve acesso.

Tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. Foto: Reprodução

De acordo com o colunista, na época da reunião, Bolsonaro estava sob pressão, com um número recorde de pedidos de investigação contra ele pendentes na PGR.

Lindôra foi questionada acerca do motivo de seu encontro com o ex-capitão mas não se pronunciou até o momento

A vice-PGR já se manifestou diversas vezes de forma favorável ao ex-mandatário. Em novembro do ano passado, ela pediu ao STF o arquivamento de três pedidos para investigar o ex-presidente. Já neste ano, ela opinou contra a busca e apreensão na residência de Michelle e Jair Bolsonaro no caso das carteiras de vacinação falsas, argumentando que o ex-presidente não necessariamente sabia da fraude cometida em seu nome.

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