Merval Pereira escreveu um artigo ao jornal O Globo neste domingo (17) e voltou a defender o ex-juiz Sergio Moro. O texto, que tem o título “Os políticos se protegem”, faz uma análise sobre as semelhanças da justiça brasileira e dos Estados Unidos, baseando-se em um número do cientista social Fábio Kerche, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), publicado na revista Insight Inteligência.
O comentarista do Grupo Globo relatou que os governos Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro fugiram da lista tríplice para escolher seus PGR’s. “No governo de Bolsonaro, assim como no de Fernando Henrique, que definiu Geraldo Brindeiro como uma “escolha técnica”, Augusto Aras foi escolhido fora da lista tríplice”, destacou.
Em contrapartida, lembrou que o PT sempre respeitou a lista tríplice, o que gerou maior autonomia para a Procuradoria-Geral da República. “Resultando em procuradores mais dependentes de seus próprios pares do que do Executivo. Basta ver a atuação dos procuradores-gerais nos governos petistas”, pontuou.
“O pressuposto da democracia de que a oposição de hoje pode ser o governo de amanhã, analisa Fabio Kerche, gera incentivos de restringir a autonomia daqueles que poderiam desestabilizar o governo, numa espécie de “seguro político reverso”. Em outras palavras, : um promotor independente acusando o presidente, do ponto de vista da oposição, pode ser vantajoso a curto prazo. A questão é que quando a oposição ganhar as eleições, ela também pode ter um promotor independente acusando e cobrando o presidente apoiado por eles”, acrescentou
Merval não resiste e defende Moro
Depois de uma longa análise, o jornalista aproveitou a oportunidade para novamente defender o ex-juiz. “Assim como o promotor independente dos Estados Unidos depois do escândalo político do governo Clinton, o Brasil também reduziu o grau de independência do PGR”, comentou.
E aí vem a defesa: “Kerche não aborda, mas o mesmo acontece com a união política suprapartidária contra a Lava-Jato e o ex-juiz Sérgio Moro”.