Meses após ato obsceno em jogo de vôlei, Intermed é palco de comemoração racista

Atualizado em 1 de abril de 2024 às 14:42
Alunos fazendo blackface e usando cocares durante comemoração

Por Luan Araújo

Realizado na última semana, dos dias 23 a 31 de março, na cidade de São Carlos (SP), o Pré-Intermed é uma espécie de “esquenta” da competição principal, realizada no segundo semestre, e teve como campeã a Atlética da Medicina Paulista.

Formada por estudantes da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a equipe comemorou o título de maneira racista.

Em vídeo que circula nas redes sociais, a celebração dos estudantes é constrangedora. Com cocares e blackface, os estudantes celebraram a conquista no ginásio João Marigo Sobrinho com gritos de povos indígenas. A cena é patética.

 

Infelizmente, o Intermed é um local onde a intolerância não é exceção, mas é regra. Há muitos anos, relatos de estudantes que passam por trotes pesadíssimos (que envolvem até escatologia), são contados e exibidos como troféu. Em 2022, viralizou um vídeo mostrando que esse comportamento não é só tolerado nas atléticas, mas também é incentivado.

O mais grave deles, com certeza, aconteceu no evento principal do Intermed, também realizado em São Carlos, em 2023. Em partida de vôlei feminino contra a Atlética da Medicina São Camilo, alunos da Universidade de Santo Amaro (UNISA) arrancaram suas cuecas para se masturbarem em frente às jogadoras. A cena estarrecedora rodou o país.

 

Até o momento, ninguém foi preso por este ato obsceno. Os alunos expulsos da UNISA após os jogos foram rematriculados no curso da universidade após decisão da justiça.

Em agosto, teremos o evento principal do Intermed em São Paulo. Infelizmente, devemos esperar por mais cenas como essas.