O tenente-coronel Mauro Cesar Cid, conhecido como braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e figura central em revelações sobre um suposto golpe militar, apresentou uma dissertação em seu mestrado em “Profissional de Operações Militares”.
Obtido pela Crusoé por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o documento de 39 páginas, com 29 páginas de conteúdo substancial, revela aspectos cruciais sobre o emprego do Destacamento de Reconhecimento e Caçadores em Apoio às Ações de Comandos, iniciativa implementada em Goiás a partir de 2007.
Embora parte dos resultados da pesquisa de Cid permaneçam confidenciais devido à sensibilidade das informações, ele destaca a importância do DRC no aumento da capacidade operacional. Sua tese, apesar do tamanho modesto, passou pela avaliação de uma banca examinadora composta por oficiais graduados da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), no Rio de Janeiro.
Filho de um general homônimo, Mauro Cid foi figura constante ao lado de Jair Bolsonaro durante seu mandato presidencial, desempenhando o papel de ajudante pessoal de ordens. No entanto, sua prisão, relacionada à falsificação do cartão de vacinação da filha do ex-presidente, marcou o início de revelações chocantes.
Sua delação posterior lançou luz sobre supostos planos de golpe articulados por militares e o próprio presidente após a derrota nas eleições de 2022. Contrariando narrativas anteriores, agora há indícios de que Bolsonaro estava ciente dos planos e até mesmo teria editado documentos relacionados, além de ter se reunido com ministros para discutir o assunto em julho daquele ano.