O senador Sergio Moro (União-PR) está no centro de uma polêmica desde que mensagens trocadas com “Mestrão” foram capturadas pelo fotógrafo Brenno Carvalho durante a sabatina de Flávio Dino na última quarta-feira (13).
O assessor parlamentar de Moro, Rafael Travassos Magalhães, é o homem por trás do codinome “Mestrão”, que orientou o bolsonarista a manter sigilo sobre seu voto favorável à aprovação de Dino ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Magalhães já foi mencionado em um inquérito que investiga a prática de rachadinha relacionada ao deputado estadual Ricardo Arruda (PL-PR), além de ser apontado como figura-chave no aconselhamento dado a Moro sobre a pressão nas redes sociais.
Em um relatório do Coaf, Magalhães foi citado em relação a saques em espécie com valores repetidos e indícios de fracionamento durante seu período na Corregedoria da Assembleia Legislativa do Paraná, chefiada por Arruda, de quem Moro contratou alguns funcionários.
A controvérsia aumentou nesta quarta-feira, quando “Mestrão” enviou uma mensagem a Moro após a circulação de uma imagem do ex-juiz abraçando Flávio Dino durante a sabatina.
O conselho era claro: “Sergio, o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio que jaja passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando. Estou de plantão aqui, qualquer coisa só acionar.”
Em resposta, Moro afirmou: “Blz. Vou manter meu voto secreto.”
Com a repercussão do episódio, Moro virou alvo da ala bolsonarista na internet, que o taxaram como um “traidor”. Os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relembraram de como o ex-juiz deixou o Ministério da Justiça, em 2020, após um racha com o então mandatário pelo controle da Polícia Federal.