Mídia dos EUA perde força e se prepara para ataques após vitória de Trump

Atualizado em 8 de novembro de 2024 às 10:34
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante comício pré-eleição em Grand Rapids, no Michigan – Foto: Brian Snyder/Reuters

A mídia americana enfrenta uma redução de sua influência e já se prepara para possíveis ataques de Donald Trump, após ele assumir a Presidência dos EUA. Para muitos analistas, a vitória de Trump representa uma erosão no poder da imprensa tradicional, que luta para se adaptar a um cenário onde metade do país parece ter abandonado seus canais.

Charlotte Klein, da revista “New York”, aponta que muitos executivos da mídia veem essa eleição como um divisor de águas, pois o atual cenário levanta a questão sobre como a imprensa deve se reinventar. Dave Weigel, do site “Semafor”, também observa que, a cada quatro anos, a influência da mídia tradicional parece diminuir, especialmente diante do uso de redes sociais e podcasts por candidatos como Trump para alcançar os eleitores diretamente.

Uma pesquisa recente da Universidade Northeastern revelou que a maioria dos eleitores de Trump, cerca de 42%, obtém informações eleitorais de amigos e redes sociais, enquanto apenas 23% confiam na mídia. Por outro lado, a influência das redes sociais e de influenciadores, que costumam ser menos críticos, está em alta, com 59% dos americanos entre 12 e 34 anos ouvindo podcasts regularmente, segundo a Edison Research.

Discurso de Trump vai contra mídias tradicionais

Durante a campanha, Trump recusou entrevistas tradicionais, preferindo longos bate-papos com influenciadores de direita, como Joe Rogan, cujo podcast alcançou 46 milhões de ouvintes. Elon Musk, dono do X, antigo Twitter, também amplificou esse movimento ao usar sua plataforma para promover Trump, chegando a alterar o algoritmo para destacar suas publicações e impulsionar a narrativa pró-Trump.

Elon Musk e Donald Trump em comício pré-eleição em Butler, na Pensilvânia – Foto: Reuters

Paralelo a isso, a confiança na imprensa tradicional nos EUA continua a cair, segundo o Gallup, com apenas 31% dos americanos confiando na mídia para entregar notícias “completas, exatas e justas”.

Em discursos recentes, Trump reiterou sua intenção de revogar licenças de emissoras e pressionar por mudanças nas leis de calúnia e difamação para enfraquecer o jornalismo investigativo. Oliver Darcy, da newsletter “Status”, alerta que, com a atual configuração da Suprema Corte e do Senado, Trump tem mais poder para implementar essas ameaças.

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