“Mijada em Villas Bôas” e “Nunca valeu nada”: os ataques de Braga Netto a Tomás Paiva

Atualizado em 10 de março de 2024 às 10:51
Jair Bolsonaro e general Eduardo Villas Bôas. Foto: reprodução

O general Eduardo Villas Bôas, embora afastado do X, antigo Twitter, mantém-se como figura reverenciada entre seus colegas e símbolo político da extrema-direita em momentos turbulentos do país.

As investigações sobre a tentativa de golpe por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trouxeram à tona detalhes intrigantes sobre visitas políticas e militares a Villas Bôas em dezembro de 2022, período em que, segundo a Polícia Federal (PF), teria sido planejada a trama golpista.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, um elemento destacado nas investigações é uma mensagem enviada pelo general Walter Braga Netto ao capitão Ailton Barros em 17 de dezembro de 2022, criticando a visita do general Tomás Ribeiro Paiva, na época chefe do Comando Militar do Sudeste, a Villas Bôas. A mensagem sugere uma possível pressão e descontentamento em relação às ações do Alto Comando do Exército.

“O Tomás foi no VB, ontem…E aí…acredite… ele deu uma mijada no VB e na Cida!”, diz o texto, em referência à esposa de Villas Bôas. Segue a mensagem: “Terminou dizendo que os dois serão prejudicados com as intervenções ‘sem noção’ que estão fazendo… na saída, ele resolveu abrir o jogo e falou mal de todo o ACE [Alto Comando do Exército]. (…) Parece até que ele é PT, desde pequenininho…!”.

A mensagem afirma ainda que Tomás “nunca valeu nada!!”. “A ambição derrota o caráter dos fracos. Aliás…revela. Ele ainda meteu o pau no Paulo Sérgio [ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa], disse que ele tem que ficar quieto! A Cida ficou louca. Se retirou da sala. Pra não botar o artista pra fora! Na verdade o VB tinha paixões discutíveis… Fernando… Tomás”.

Braga Netto, ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro, confirmou que os prints do relatório da PF são de uma conversa dele com o capitão Ailton, mas alega que não foi o autor do texto crítico a Tomás – afirma que o recebeu de terceiros e o encaminhou.

No final de 2022, surgiram rumores entre grupos bolsonaristas de que Tomás teria pressionado Villas Bôas e sua esposa, Cida, para não aderirem a conspirações golpistas. Vídeos circularam na internet, mostrando Cida saudada em um acampamento golpista em Brasília. A presença dela, no entanto, causou desconforto entre alguns generais que viam essa exposição como inflamatória.

Tanto Tomás quanto Villas Bôas negaram que o motivo da visita foi aquele propalado à época, bem como qualquer mal-estar entre os dois.

Além disso, Bolsonaro e Braga Netto visitaram Villas Bôas pelo menos duas vezes no final de 2022, gerando especulações sobre consultas políticas e solicitações de apoio aos planos golpistas, de acordo com militares que trabalharam com Bolsonaro.

Militares que trabalharam com Bolsonaro dizem que o ex-presidente foi consultar Villas Bôas sobre a conjuntura política da transição e pedir uma espécie de bênção para os planos golpistas.

Villas Bôas, afastado do Twitter desde novembro de 2022, teve seus últimos tuítes endossando manifestações a favor de acampamentos golpistas e defendendo generais considerados traidores pelos bolsonaristas. Desde então, tornou-se colunista da revista Oeste, com foco em artigos sobre a Amazônia e críticas ao ambientalismo.

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