Milei diz que denúncia de golpe na Bolívia foi uma “farsa”

Atualizado em 1 de julho de 2024 às 6:51
O presidente ultraliberal argentino Javier Milei. Foto: reprodução

Na noite do último domingo (30), o governo do ultradireitista Javier Milei aderiu à narrativa de que a tentativa de golpe na Bolívia foi, na verdade, uma farsa. Em comunicado, o gabinete do presidente da Argentina repudiou a “falsa denúncia de golpe de Estado”. Com informações da Folha de S.Paulo.

O líder ultraliberal, portanto, se opõe aos seus homólogos regionais, que majoritariamente manifestaram solidariedade ao governo do presidente Luis “Lucho” Arce, pupilo de Evo Morales, atualmente em conflito com seu mentor político.

Segundo o governo Milei, “o relato era pouco crível, e os argumentos não se encaixavam com o contexto sócio-político” da Bolívia. Afirmaram ainda que o partido governista, o MAS (Movimento ao Socialismo), controla os poderes Judicial e Executivo, bem como as Forças Armadas.

No entanto, Milei não acusou diretamente o presidente Arce de ter tramado a suposta farsa. Essa narrativa está ganhando força em La Paz, e até mesmo Evo Morales afirmou que tudo não passou de um autogolpe para ganhar popularidade, o que Arce nega.

Ainda há mais dúvidas do que certezas sobre a tentativa de golpe militar da última quarta-feira (26), liderada pelo agora ex-chefe do Exército, Juan José Zúñiga. O governo sugere que pode ter sido uma ação patrocinada por interesses externos.

Vale destacar que, nas ruas e entre a oposição, cresce a suspeita de que se tratou de uma trama do Executivo para angariar apoio popular, à medida que Arce vê sua popularidade diminuir devido às dificuldades econômicas.

Os defensores dessa teoria lembram que Zúñiga, um general sem destaque e longe de ser o primeiro de sua turma, só foi cotado para o posto de chefe do Exército porque Arce insistiu para nomeá-lo no final de 2022.

Também mencionam a história de múltiplos golpes de Estado na Bolívia, que já ultrapassam 180, sempre de caráter violento.

Desta vez, após tentarem invadir o Palácio Quemado na praça Murillo, que concentra as sedes dos Poderes, os militares tiveram um confronto verbal com Arce e seus ministros e, pouco depois, os líderes foram detidos por policiais.

Agora, Evo Morales, em desavença com Arce, tem promovido essa narrativa em diversos atos com organizações sociais e sindicatos durante o fim de semana. Figuras da oposição, como o ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993), também estão difundindo essa versão.

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