O presidente de extrema-direita da Argentina, Javier Milei, fez o maior gasto militar do país desde a ditadura e tem se afastado da China ao mesmo tempo em que se alia aos Estados Unidos. Mesmo dizendo que “não há dinheiro” ao assumir o cargo, o mandatário gastou US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhões) na compra de 24 caças F-16 americanos.
O jornal La Nación aponta que o valor total da negociação deve chegar a mais do que dobro do anunciado US$ 650 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões) por conta de um pacote de armas que foi incluído nas tratativas. A compra é o maior investimento argentino no setor de Defesa desde a redemocratização do país, em 1983.
A aquisição ocorre pouco depois do governo argentino recusar aviões da China, que vem aumentando a venda de aparato militar para países como Venezuela, Peru, Equador e Bolívia.
Milei vem ameaçando se afastar do país desde a campanha eleitoral do ano passado, quando declarou: “Não só não vou fazer negócios com a China, como não vou fazer negócios com nenhum comunista”.
A recusa na aquisição tem motivos geopolíticos, já que Milei tem tentado se aproximar dos Estados Unidos. Os caças F-16 pertenciam ao governo da Dinamarca e precisavam de uma autorização de autoridades americanas para a aquisição, já que eles foram produzidos no país.
A transação ocorreu sem dificuldades e o gesto de Milei parece ter gerado o efeito desejado. No mês passado, Washington aprovou o envio de um subsídio de US$ 40 milhões (cerca de R$ 220 milhões) para que a Argentina reforce o setor de defesa.
A transferência de recursos ocorreu por meio do programa de Financiamento Militar Estrangeiro dos Estados Unidos e essa é a primeira vez que a Argentina recebe dinheiro do fundo desde 2003.