O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou a nomeação de Rodolfo Barra como prrocurador do Tesouro, uma posição-chave no governo que assumirá em dezembro. Ministro da Justiça durante o governo de Carlos Menem, de 1993 a 1996, Barra retorna ao cenário político quase três décadas após renunciar devido à revelação de seu passado nazista, incluindo participação no ataque a uma sinagoga.
“Se fui nazista um dia, me arrependo”, disse ele, após a revelação do seu passado pelo jornal argentino Página 12. Com a nomeação, novos documentos e lembranças estão sendo resgatados por veículos e usuários das redes sociais do país.
A confirmação da nomeação foi feita pela Oficina do Presidente Eleito por meio das redes sociais, junto da nomeação de Patricia Bullrich, terceira candidata mais votada nas eleições deste ano, como ministra da Segurança. O novo procurador, que foi uma figura importante no anti-peronismo, ocupou cargos públicos significativos, incluindo juiz da Corte Suprema durante a “maioria automática” nos anos 90.
— Oficina del Presidente (@OPRArgentina) December 1, 2023
O “ex-nazista” teve uma carreira marcada por detalhes curiosos. Ele fez parte do Movimiento Nacionalista Tacuara, grupo ultraconservador de tendência nazista, e se envolveu em um ataque a uma sinagoga durante sua juventude.
A trajetória polêmica de Barra não se limitou ao seu envolvimento com o nazismo. Ele é conhecido por ser o autor da “Lei Mordaza”, que buscava limitar a atividade da imprensa, e por outras propostas controversas, como a lei anticorrupção e uma legislação que permitia à polícia realizar buscas e apreensões sem autorização judicial.
Após sua saída do governo, ele foi acolhido por Eduardo Eurnekian, ex-chefe e mentor de Javier Milei, como assessor da Aeropuertos Argentina 2000. Durante esse período, a empresa ganhou a licitação das estações aéreas. O jurista também assumiu a presidência da Auditoría General de la Nación durante o governo de Fernando de la Rúa.
A nomeação de Barra como Procurador do Tesouro agora marca seu retorno ao centro do poder político, suscitando questionamentos sobre seu passado e suas ações controversas durante sua carreira. A posse está agendada para o início de dezembro, quando Milei assumirá a presidência.